Um estudo recente realizado pelo Centro de Pesquisa Ponto MAP revela uma preocupação unânime entre os brasileiros, independentemente da faixa etária, sobre questões cruciais como saúde mental, segurança e meio ambiente, refletidas de forma expressiva nas redes sociais. A análise abrangeu 19,6 mil publicações feitas por influenciadores digitais, formadores de opinião e o público em geral durante o último trimestre do ano anterior, onde foram observadas convergências e distinções entre diferentes gerações.

Marília Stabile, fundadora da Ponto MAP, destaca a importância dessas postagens nas principais plataformas, como Facebook, Instagram, TikTok e outras, as quais foram comparadas com dados de institutos renomados, incluindo IBGE e DataSUS. “O objetivo era entender se as redes sociais apontavam para uma tendência ou se eram apenas sensações”, explica.

Os resultados destacam que as ansiedades expressas nessas mídias são um reflexo direto das preocupações da sociedade. Por exemplo, o aumento dos casos de depressão no Brasil se correlaciona com uma crescente preocupação com a saúde mental, enquanto os eventos climáticos extremos influenciam a angústia em relação às mudanças ambientais.

Entretanto, o estudo também evidencia nuances geracionais. A geração Z (jovens de até 26 anos), por exemplo, mostra-se particularmente sensível à qualidade de vida, especialmente no que diz respeito à saúde mental. Observa-se ainda que, embora todas as gerações expressem pessimismo em relação à qualidade de vida, a geração prateada mantém uma postura mais equilibrada, não apenas discutindo problemas, mas também explorando alternativas como terapias, esportes e lazer.

Questões sociais

Em relação às questões sociais, a geração Z se destaca como a mais ativa, lutando contra formas de discriminação e buscando impulsionar mudanças significativas. “Para esses jovens, não basta não ser racista, é preciso combater todo o tipo de preconceito”, afirma Giovanna Masullo, presidente do centro de pesquisa.

Enquanto isso, indivíduos mais conservadores das gerações X (de 43 a 59 anos) e prateada (mais de 60 anos) tendem a minimizar a importância desse ativismo. No âmbito da segurança pública, há uma preocupação generalizada, especialmente entre as gerações Z e Y (de 27 a 42 anos), que demonstram menor confiança nas políticas governamentais, liderando debates sobre violência policial e demandando ações das autoridades.

Apesar de preocupações com o aquecimento global serem mais acentuadas entre os jovens, são os adultos da geração Y que mais se engajam nas redes, expondo as consequências dos eventos climáticos extremos em seu cotidiano. Enquanto isso, a geração X tende a apoiar publicações sobre questões ambientais, mas não expressa opiniões tão abertamente.

Cultura

Em relação à cultura, todas as gerações demonstram otimismo, reconhecendo seu papel na redução da desigualdade social e na melhoria da qualidade de vida. Enquanto os jovens se concentram na cultura pop, os mais velhos valorizam o cinema nacional e enxergam a cultura como uma ferramenta política e educacional.

Observa-se também uma preferência por plataformas específicas de acordo com a faixa etária, com os idosos sendo os principais usuários do Facebook, os mais jovens preferindo o TikTok e o Twitter, e as gerações X e Y se destacando no Instagram pela sua natureza visual.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 03 – Saúde e Bem-Estar; ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática

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