A secretária de Economia de Goiás, Cristiana Schmidt, detalhou em entrevista à Sagres 730, nesta manhã (22), qual a situação do Estado e porque é importante a suspensão do pagamento de dívidas com a União até dezembro.  Ela ressaltou que Goiás tem um problema fiscal grande, com obrigações rígidas, então precisa de tempo para organizar as ações. “Sem aderir à recuperação fiscal e tendo de pagar dívida, Estado terá problema em janeiro de 2021”.

A prorrogação da suspensão da dívida de Goiás, determinada por Gilmar Mendes, vence em 31/12 e até lá o Estado terá de conseguir aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e para isso, precisa que o deputado Mauro Benevides apresente um projeto de lei na Câmara para flexibilizar as regras do RRF. O governo tenta essa flexibilização sem sucesso desde o início de 2019.

Segundo a secretária, diminuir despesas do setor público é complicado, mas que, ainda assim, Goiás tem conseguido algumas reduções, desde 2019, para melhorar o fluxo de caixa. A questão é que as receitas para 2020, não foram como o esperado. “Esse ano era um ano que a gente estava esperando uma receita líquida mais forte para poder fazer frente a essas despesas obrigatórias que são muito rígidas. No entanto, tivemos a pandemia”.

Cristiane afirmou que o problema de Goiás é estrutural, com o Estado tendo mais despesa do que receita, que isso é resolvido em 3 ou 4 anos e não “da noite para o dia”. Para conseguir equilibrar o caixa, o Estado deve continuar com as reformas estruturais e a venda de ativos.

Declaração de Marconi

Em evento de campanha do candidato à Prefeitura de Goiânia, Talles Barreto, realizado em Goiânia, na última terça-feira (20), o ex-governador Marconi Perillo criticou a gestão da equipe econômica do atual governo. Além disso, afirmou que pagou uma dívida externa de R$ 40 bilhões sem nunca atrasar os salários dos servidores.

Mas, segundo a secretária de Economia, foi o governo da gestão passada que não cumpriu com as obrigações. “Ele atrasou em agosto de 2018 o contrato da Caixa Econômica Federal com a Celg D, com o BB [Banco do Brasil] com a Goiás Estruturante. Em dezembro de 2018 me deixou quatro contratos também que não foram pagos”.

Cristiane ainda pediu responsabilidade com as contas públicas e reclamou do legado deixado pelo ex-governador. “Muito complicado você ter que ficar tirando amarra das coisas mal feitas do passado. Não é só você ter que fazer as coisas bem feitas e ter que endereçar o futuro. Você tem que endereçar o passado também. E esse passado está muito complicado”, encerra.