A situação fiscal do Estado de Goiás tem sido tema recorrente após os ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton criticarem a atual gestão, principalmente, após o anúncio da venda da Celg Geração e Transmissão (G&T). A secretária de Economia de Goiás, Cristiane Schmidt, concedeu entrevista ao Sagres Sinal Aberto, nesta manhã (16) e afirmou que as críticas dos gestores anteriores não passam de “dor de cotovelo”, já que o governo de Ronaldo Caiado tem executado manobras que eles tentaram antes, mas não conseguiram.

A afirmação ocorre em resposta à nota assinada por Zé Eliton e Marconi Perillo, em que eles declaram que a gestão de Ronaldo Caiado está estabelecendo “um rombo sem precedentes nas contas públicas do Estado”. No documento os ex-governadores afirmam que o Estado deixou de pagar R$ 4 bilhões de uma dívida e fez uma nova superior a R$ 1,8 bilhão “com a utilização de recursos de depósitos judiciais”.

A secretária declarou que ao pegar esse depósito judicial, nenhuma nova dívida é gerada, pois, segundo ela, o montante foi liberado pelo Legislativo. Cristiane explicou que esse dinheiro é de um fundo abastecido toda vez que há uma disputa judicial com o Estado. “A terceira parte, ela tem que botar dinheiro nesse fundo”, contou. Cristiane prosseguiu e lamentou a declaração dos ex-governadores, afirmando que eles já buscaram ter acesso ao fundo.

“Isso não é dívida, pelo amor de Deus. Eu fico chocada com os ex-governadores. Eles são mal assessorados, coitados, eu fico até com pena, porque falam tanta besteira, que me dá até nervoso, porque eles tentaram fazer isso no passado. Eles tentaram aprovar uma lei para poder pegar o depósito judicial”.

A venda da Celg G&T, um dos motivos para as provocações, foi tratada pela secretária como um sucesso. Ela classificou a atuação do atual governo como responsável pela valorização de 50% no valor da empresa, que agora pode ser vendida por cerca de R$ 1,5 bilhão. Cristiane usou como contraponto a venda da Celg D, feita no governo anterior. “É um grande exemplo, em que o governo teve que adquirir dívidas para fazer um tal de saneamento da Celg D em R$ 5.6 bilhões, me vende a Celg D por uma ordem de grandeza de R$ 2 bilhões, fica para o Estado algo em relação a R$ 1 bilhão”.

A secretária ainda afirmou que não tem dúvidas que em um governo de Marconi Perillo ou José Eliton, privatizações também ocorreriam. “E não só porque vai gerar um caixa momentâneo, o mais importante é porque você vai gerar um serviço eficiente”.