O Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas) criticou a manutenção do transporte coletivo durante o período de medidas restritivas para conter o avanço da Covid-19 em Goiânia. Ontem (6), após reunião com prefeitos da Região Metropolitana, o governador Ronaldo Caiado e Ministério Público de Goiás, ficou decidido que os serviços não essenciais deverão permanecer fechados por mais sete dias.

Em nota, o Sindilojas afirma que “recebe com indiganação a informação de que o transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia seguirá funcionando normalmente em contraponto à decretação de mais sete dias de fechamento do comércio e demais atividades econômicas consideradas não essenciais”.

Ainda no documento, o sindicato afirma que “causa estranheza a inércia do poder público diante das aglomerações diárias nos ônibus coletivos, e principalmente pelo fato de essas cenas se repetirem também nos últimos dias, em que o comércio esteve fechado cumprindo o decreto de isolamento social” e que “o comércio varejista não suporta uma nova paralisação prolongada, sob risco de falência de milhares de empresas e de fechamento, também, de milhares de vagas de trabalho”.

A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás também se posicionou contrária à manutenção da circulação dos ônibus durante o período de medidas restritivas, e argumenta que outras capitais e cidades de grande porte como João Pessoa (PB), Florianópolis (SC) e Cascavel (PR) já suspenderam o transporte coletivo para conter a pandemia.

“Reconhecemos que o ir e vir é um direito constitucional, mas estamos numa situação completamente crítica, que demanda de toda a sociedade sacrifícios até então inimagináveis. Os lojistas já estão segurando a pressão ao máximo, tentando sobreviver mesmo com as empresas fechadas. Agora, é preciso ir direto na fonte geradora das aglomerações, que é o transporte coletivo. É sacrificante para os usuários, mas é a única saída para conseguirmos de fato o isolamento social”, diz o presidente da FCDL-GO, Valdir Ribeiro.

A sugestão de paralisar a circulação dos ônibus foi feita, primeiramente, pelo presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi, que reforçou o pedido ontem (6), dizendo ser inaceitável, o comércio não poder abrir e o transporte coletivo continuar rodando”.

No entanto, o procurador Aylton Vechi, juntamente com promotores, apontou que a paralisação do transporte público é ilegal e, por isso, os ônibus devem continuar operando normalmente.