O número de casos confirmados por coronavírus chegou a 3 milhões nesta semana, em todo o mundo. A marca foi atingida apenas doze dias depois de o número de casos chegar a 2 milhões, em 15 de abril. Até o momento, totalizam-se que 235 mil pessoas morreram por covid-19.

 

Para saber mais detalhes sobre a pandemia no mundo, o Debate Super Sábado desta semana ouviu o professor de inglês, que vive em Bangkok na Tailândia, Paulo Filho; o radialista em Boston, Estados Unidos, Rafael Barbosa; o jornalista Junior Bueno, que atua em Buenos Aires, Argentina; Raquel Brasileiro, que é atua na área de turismo em Berlin, na Alemanha e seu esposo André Oliveira, Engenheiro de Software professor de sociologia; e também o professor de sociologia, Fernando Segura que mora na cidade do México.

Mesmo com o achatamento da curva em Bangkok, na Tailândia, o governo decretou toque de recolhida entre às 22h e 4h para a população. O descumprimento da regra pode gerar uma multa de até 4 mil reais para o cidadão ou até dois anos de prisão, como detalha Paulo Filho.

Até o momento a Tailândia registrou 2.966 casos de infectados pelo coronavírus e 54 mortes confirmadas pela doença. Embora os números estejam bem abaixo do de outros países como o Brasil, Paulo Filho conta que a população local ainda não está tranquila. “Mesmo com os números baixos a sensação, ansiedade e o medo são os mesmos. Então, não tem nenhum sentimento de missão cumprida”, revela.

Por outro lado, Raquel Brasileiro conta que na Alemanha a população tem confiado nas instituições, por isso, quando saíram as primeiras orientações de combate ao coronavírus a população respeitou e atendeu às ordens.

“Em nenhum momento nós ficamos em lockdow, como na Itália, é possível que você vá ao parque com a sua família, isso se você respeitar a distância exigida entre outras pessoas. E pelo que a gente vê os alemães tem respeitado bastante”, detalha. Na última segunda-feira (27/04) o país liberou a reabertura de lojas de até 800 m². A Alemanha também fez obrigatório o uso de máscaras em supermercados e transportes públicos.

Segundo André Oliveira, a confiança da população no governo se dá pela transparência com que eles estão trabalhando. O engenheiro de software relata que o governo tem trabalhado mais com a questão de consciência que de imposição.

Já no continente sul americano, A Argentina, com menor números de casos da doença, em relação ao Brasil, segue uma quarentena há 40 dias. Junior Bueno descreve que o país já passa pela terceira prorrogação da quarentena e que o governo tem sido bem rígido com as regras. “O recolhimento é bem rígido aqui. Se as pessoas saem nas ruas elas precisam estar de máscaras e com luva e só podem sair com justificativa. A polícia pode parar qualquer pessoa na rua e se essa ela não estiver indo fazer compras ou atender alguém, um idoso por exemplo, a pessoa pode ser presa e ter que pagar uma multa”, relata.

Nos Estados Unidos o Donald Trump anunciou recentemente um plano de três fases para que os estados comecem a voltar ao normal. Rafael Barbosa relata que o retorno das atividades estava prevista para a próxima segunda-feira (4), mas essa ainda não é uma realidade para alguns Estados. “Aqui em Massachusetts o estado registrou ontem 154 novas mortes e 2116 casos. Houve um declínio de 87 pacientes desde a última quinta-feira. Ou seja, os números estão caindo, mas ainda assim são números bastante impactantes”, pontua.

No México, o professor de sociologia, Fernando Segura revelou que os primeiros alertas chegou ainda em janeiro, quando começou a crescer a epidemia na China. As aulas, segundo ele, foram suspensas no inicio de março. “As medidas do Governo tem sido gradativas, no sentido que tem aumentado as restrições”, disse. “Estamos na fase 3 do alerta de emergência. Estamos muito preocupados sobretudo por conta da crise dos EUA que está crescendo sem parar”.

Fernando Segura detalhou que o pico da pandemia no México deve acontecer no final de maio. “Neste momento o país já ultrapassou 1.600 mortes, porém o governo está tomando medidas muito ativas pra combater o covid-19”, disse. “O governo pediu para não sair, se sair que seja com máscara. Diferente da Argentina, é que a quarentena não é obrigatória, ela é recomendada. Mas acredito que nas próximas semanas isso aconteça”, completou.

Coronavírus no Brasil

Para discutir a situação do coronavírus no Brasil o Super Sábado conversou com Carlos Rocha dos Santos, que é jornalista e assessor de Gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina. Conversou com o, também jornalista, Udes Filho, editor do jornal e portal O Quarto Poder, de São Luís – Maranhão. Além da jornalista Eugênia Nogueira, que é assessora de imprensa em Fortaleza-Ceará.

Segundo Eugênia Nogueira, no Ceará as pessoas ainda estão se acostumando a nova rotina. A população está em isolamento social desde o dia 19 de março e, de acordo com a coletiva dada pelo governador do Estado, as medidas do último decreto serão prorrogadas por conta do alto número de infectados.

“Os números estão assustadoramente crescendo. Só para terem noção, ontem nós tivemos em fortaleza 6.239 novos casos e 428 novas mortes. Então, o governador vai prorrogar a questão do isolamento e está avaliando medidas ainda mais rígidas para ver se as pessoas tomam ciência de ficar em casa”, conta.

No Maranhão, segundo Udes Filho, o isolamento iniciou em 14 de março. Mas a população ainda é muito “teimosa” quanto as medidas obrigatórias. Udes conta que um dos cartões postais de São Luís, avenida Litorânea, precisou ser interditada.

“Mesmo com todas as medias, com todos os avisos as pessoas estavam indo para a avenida Litorânea fazer caminhada e levando a vida como se estivesse tudo normal. Então, foi preciso bloquear o acesso e agora recentemente, o governador teve que fechar a rua grande, um dos grandes centros do comércio popular”, descreve.

Segundo ele, o Estado também recebeu uma ação judicial determinando que o governo do Maranhão decrete lockdow (fechamento de tudo no estado) a partir da próxima terça-feira (6).

O assessor, Carlos Rocha dos Santos, conta que em Santa Catarina o isolamento social, imposto a partir do dia 14 de março, foi aceito de forma duvidosa pela população a princípio. Mas ele relata que após os meios de comunicação levarem a conscientização da realidade da doença, a população interpretou melhor as medidas impostas pelo governo.

“Ouve uma boa adesão sim e a preocupação do estado catarinense foi nas medidas de relaxamento. Nós fomos um dos primeiros Estados a entrar no isolamento social, e também um dos primeiros Estados que começou a relaxar”, revela.

Algumas das principais medidas adotadas pelo Estado foi o fechamento de parques, praias e uso obrigatório de máscaras.