O estado de Goiás terá no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) uma tecnologia de ponta que ajudará a salvar vítimas de doenças cardiovasculares graves, como infarto e arritmia.

No total, 18 ambulâncias de Goiânia e de outras 13 cidades de Goiás foram equipadas com o Sistema Tele-Eletrocardiografia Digital, que permite ao profissional de saúde obter um diagnóstico mais preciso do paciente ainda em casa, antes do deslocamento para o hospital.

Esse procedimento pode reduzir em até 20% o número de mortes por doenças do coração. O projeto-piloto foi lançado pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, nesta quinta-feira, 28.

Cada ambulância do SAMU é equipada com um pequeno aparelho (tele-eletrocardiógrafo digital portátil) capaz de transmitir o eletrocardiograma por meio de telefonia celular ou mesmo por telefone fixo.

O exame realizado no paciente na residência dele ou na ambulância é transmitido para a internet e analisado na central de Telemedicina do Hospital do Coração (HCor). O laudo retorna para a ambulância de origem. Todo esse processo dura, em média, cinco minutos.

A central tem 16 médicos para a leitura dos eletrocardiogramas do SAMU 24h por dia. Além disso, no momento em que atende a pessoa com problemas cardíacos, o médico pode discutir o caso com os especialistas de apoio no HCor. O trabalho é realizado diariamente em tempo real.

“O serviço é de extrema importância para a população brasileira atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Ele alia conhecimento médico com tecnologia de ponta. Permite agilidade, precisão e redução do tempo de atendimento, diminuindo as sequelas e mortes por doenças cardiovasculares”, explicou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, durante o lançamento do sistema, em Brasília.

“É como se cada ambulância do SAMU que dispõe de médico tivesse um cardiologista para dar orientações. Se o resultado do eletrocardiograma recebido confirmar o infarto, toda orientação de medicação e de encaminhar o paciente para o hospital já é feita, ou seja, ganha-se muito tempo no atendimento do paciente”, ressaltou.

Os benefícios diretos dessa tecnologia são a redução do tempo de atendimento, a análise mais apurada do quadro do paciente e a realização de uma triagem ainda na casa da pessoa ou na ambulância, para o encaminhamento mais ágil ao chegar a um hospital. Estudo publicado na revista Circulation estima que metade das mortes por infarto ocorre nas primeiras duas horas e que, a cada 30 minutos perdidos no atendimento, o risco de mortalidade aumenta em 7%.