(Foto:Pedro Martins/Mowa Press) 

Na tarde desta terça-feira (22), o preparador de goleiro da Seleção Brasileira, Cláudio Taffarel, concedeu entrevista coletiva direto da Granja Comary, em Teresópolis. Taffarel foi uma das referências da seleção de 1994 e um dos astros do duelo contra a Itália, onde, deu ao Brasil o Tetracampeonato. Desde de 2014 no cargo de preparador de goleiros da Seleção, Taffarel foi um dos responsáveis pela decisão da convocação dos goleiros para a Copa do Mundo da Rússia.

O principal nome para assumir a titularidade é o goleiro da Roma, Alisson. Pela Seleção, o goleiro já realizou 24 jogos. Outro defensor que também irá para o Mundial é Ederson, que atualmente defende o Manchester City. Em jogos oficiais vestiu a amarelinha em apenas um jogo. No gol, a surpresa da escalação foi Cássio, que atualmente defende o Corinthians, com 1 jogo realizado pelo Brasil. O repórter Rafael Bessa acompanhou a coletiva de Taffarel direto do Rio de Janeiro. Confira.

 Evolução do Alisson  

“Sua grande força e característica é sua personalidade. Justamente isso que o ajudou a superar essa dificuldade de ficar no banco de reservas da Roma. Talvez no início não tenha sido difícil, mas ele dava o máximo nos treinamentos, sabia que tinha que se preparar. Essa força que o ajudou a manter o foco, sabia que tinha que chegar bem na seleção brasileira. A confiança que demos a ele fez bastante diferença. O normal seria dizer que por não estar jogando lá não poderia jogar aqui. Mas não. Nós nos sentimos muito seguros de que estava dando o máximo lá. Alisson teve performance impressionante aqui dentro. Mesmo não jogando na Roma, vinha e jogava bem. Fez com que os italianos reconhecessem o potencial dele. Nada mudou na cabeça dele, ele continua sendo o mesmo jogador de sempre, com pés no chão, mesmo com essas especulações de que Real Madrid estaria interessado, Liverpool. Ele não se abala, não se empolga. É um ponto muito positivo dele”

Geração de goleiros 

“Sempre tem uma evolução, uma maneira diferente talvez de jogar. Lembro que em 90 eu tinha 24 anos, mas tinha vontade muito grande. A sensação é de que eu podia passar por cima da trave. Em 94, começa a avaliar, pensar mais nas situações. Vai mais pelo atalho. Processo natural do jogador. O importante é que nossos goleiros estão bem, com entusiasmo muito grande. Entrar em campo solto, descontraído, isso é fundamental. Estou muito tranquilo e muito feliz, sei o que eles podem render. Vamos trabalhar muito para ajudá-los a sempre melhorarem aqui dentro.

Entrosamento com os zagueiros

“Desde o início, Tite vem fazendo esse trabalho. No início, até acho que não pensasse que o goleiro pudesse trabalhar com a defesa. Mas como o Alisson e o Ederson trabalham muito com os pés, isso dá tranquilidade. Brasil está sempre saindo jogando, buscando espaço. Mesmo apertado, tenta sair jogando. Porque hoje em dia jogar a bola para a frente é 50/50, não sabe o que pode acontecer. Com a qualidade dos nossos jogadores, fica muito mais fácil. O goleiro dá tranquilidade não só quando tem espaço, mas quando está pressionado. O Tite dá muita ênfase a esse tipo de situação. Defensivamente, a gente tem muita tranquilidade também, porque os goleiros vêm muito bem em seus clubes. A cobertura que o Alisson faz na Roma é impressionante, sempre joga adiantado, antecipa. Isso ajuda bastante.”