Em 1923, o Vasco da Gama fez história ao vencer o Campeonato Carioca de Futebol pela primeira vez com uma equipe formada por jogadores negros e operários. “Os Camisas Negras”, apelido do time na época, por conta da cor do uniforme, desafiaram os clubes da aristocracia, que não permitiam a entrada de afrodescendentes.
Um marco na luta contra o racismo no futebol brasileiro, o título completa seu centenário neste ano. Como parte das celebrações da conquista, o Vasco lançou uma campanha para reforçar o seu vínculo histórico contra o preconceito, e abriu espaço para sugestões de temas de engajamento.
“O Vasco é o verdadeiro Clube do povo, e por isso não pode se limitar a atuar apenas dentro das quatro linhas. Queremos lutar por uma sociedade mais justa, que todos possam ter acesso ao futebol e também acesso aos direitos básicos”, diz a nota de lançamento da campanha #Próximos100Anos.
Com o lema “Vasco da Gama: respeito, igualdade e inclusão”, o clube destacou ainda que “queremos reafirmar nosso compromisso dentro e fora de campo e fortalecer nossa batalha ao preconceito social e de classes, mas também escolher outros assuntos tão importantes quanto para nos engajar”.
Reunião com ministros
Como parte das ações, a diretoria cruzmaltina se reuniu com ministros do Governo Federal nesta quarta-feira (7). Em Brasília para o jogo contra o Nova Iguaçu, disputado ontem (7), os dirigentes se encontraram com Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, e Ana Moser, ministra do Esporte.
Luiz Mello, CEO do clube carioca, destacou que priorizou encontros com os ministros “por entendermos que esses três ministérios são estratégicos para que o clube consiga tirar do papel projetos ligados ao manifesto. Ficamos felizes em saber que o Governo Federal irá ajudar na realização das ideais que o Vasco pretende desempenhar”.
O dirigente também ressaltou que “o Vasco entende que não adianta só ter o discurso. É preciso também ter ações. Por essa razão, nos reunimos com o Governo Federal e nos colocamos à disposição para implementar ações afirmativas e que sigam os ideais que defendemos no manifesto”.