Quando o tecido endometrial (tecido mais interno do útero) cresce e invade o miométrio (camada muscular do útero) ocorre a adenomiose. Aumento do útero e processo inflamatório, principalmente nos períodos pré-menstrual e menstrual, ex’stão entre os principais sintomas da doença, que costuma acometer mulheres entre 40 e 50 anos.

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A campanha Abril Roxo chama a atenção para a conscientização sobre a adenomiose. Outros sintomas são cólicas menstruais frequentes, sensação de pressão e inchaço na parte inferior do abdômen no período menstrual, sangramentos irregulares e, nos casos mais graves, hemorragias. No entanto, a médica ginecologista Larissa Chaveiro alerta que a doença pode ser silenciosa.

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“Há pacientes assintomáticas, não sentem nada e só vamos descobrir quando fizer a ultrassom. No entanto, naquela que tem sintomas, o útero pode ficar bem aumentado, caracterizando até como se fosse uma gestação de 4 ou 5 meses, causando desconforto abdominal, no pé da barriga”, afirma, em entrevista à Sagres.

Anemia e infertilidade

O sangramento menstrual constante, segundo a especialista, é um dos sintomas mais preocupantes, e pode levar a um quadro de anemia. “Quando o útero cresce muito, e ele é uma musculatura, às vezes ele não consegue contrair o suficiente na época da menstruação, para essa paciente parar de sangrar. Ela fica apresentando sangramento em grande quantidade e por vários dias, podendo causar anemia, fraqueza. Há paciente que precisam internar por conta de anemia, por conta da adenomiose”, ressalta.

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Além disso, em casos mais avançados, a adenomiose deforma a cavidade uterina e causa um processo inflamatório. Isso podem dificultar a fixação do embrião no útero e, portanto, a gravidez. Fatores genéticos, ou seja, se a mãe ou a avó tiveram a doença, é preciso ficar de olho.

“Se a mãe ou a avó teve adenomiose, se teve fazer a retirada do útero, que é a histerectomia, normalmente essa paciente tem de ficar de olho. Principalmente se ela já tiver muita cólica no período menstrual, fizer ultrassom e o útero estiver maior em relação à idade dessa paciente ou ao número de filhos que ela já teve, é preciso ficar de olho e pensar em um tratamento para ela”, afirma. “Normalmente em mais de três gestações se tem uma quantidade maior de pacientes que vão apresentar a adenomiose como doença”, complementa.

Remoção do útero

Larissa Chaveiro explica o que precisa ser feito uma vez diagnosticada a adenomiose. Geralmente, o tratamento acontece com base em medicamentos para evitar a menstruação. Mudanças no estilo de vida com atividade física e melhora da alimentação, a partir do consumo de alimentos mais naturais, por exemplo, auxiliam nesse processo. Somente em último caso, é recomendada a histerectomia, ou seja, a remoção total do útero.

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“O que a gente precisa é que ela não menstrue. Então a gente entra com algumas pílulas de anticoncepcional que são à base só de progesterona, para deixar essa camada do útero bem fininha. Faz o tratamento também com o DIU à base hormonal, que vai suprimir esse endométrio. Se ela não responder a esse tratamento, e ela já tem uma quantidade de filhos definida, a gente entra com a histerectomia”, conclui.

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