Em entrevista coletiva após a classificação para as oitavas de final para Copa do Brasil, o presidente do Atlético Goianiense, Adson Batista, comentou sobre a denúncia de racismo realizada pelo jogador Fellipe Bastos, volante do Goiás, que alegou ter sofrido injúria racial por parte de um torcedor rubro-negro durante o clássico do último domingo (08), realizado no Estádio Antônio Accioly. 

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“Sobre essa questão do racismo, primeiro, eu não sou racista. Segundo, o nosso país precisa de educação. Como um clube de futebol pode ser responsabilizado porque uma pessoa xinga a outra de macaco? Como eu posso ser responsável por milhares de pessoas? Nós temos que parar de sensacionalismo, aí as pessoas pulam para cima e começam a querer jogar na conta do clube”, frisou.

“É impossível você educar as pessoas e logicamente também tem que ter provas. Sou uma pessoa justa na minha vida e não gosto de ficar jogando para a torcida. Têm muitos veículos de comunicação no país que só fica fazendo tempestade de situações e também têm fazer para o estupro, para os assassinatos e para muitas outras violências que nós temos aí e são graves tanto quando. Me incomoda muito ver como as pessoas vêm para cima de uma entidade, muitos oportunistas de plantão ficam ‘eu repudio’, repudia? Vai educar também,” completou Adson Batista. 

O dirigente rubro-negro destacou que o racismo está presente em todas as esferas da sociedade e que voltou a enfatizar que o clube não pode ser punido pela atitude de um torcedor. 

“Toda torcida do Brasil têm pessoas racistas, têm pessoas que não prestam, quem não têm caráter, que não têm educação. É um absurdo o clube ser culpado de tudo, aí vem o sensacionalismo. Eu sempre vou ser racional e vou falar as verdades, tenho amigos negros. Não sou racista, adoro as pessoas. Tem branco que não vale nada, tem preto que não vale nada”, pontuou.

“Então vamos largar de ficar fazendo graça para as pessoas e vamos educar esse país, começar a pensar de maneira diferente. Eu duvido se o Goiás já não teve vários torcedores que xingaram os outros e cometeram atos racistas. Isso não é do Atlético-GO, não é do Goiás, nem do Vila Nova, todo lugar tem gente que não presta, que faz as coisas sem pensar”, problematizou o presidente do Dragão.

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Vale ressaltar que Fellipe Bastos registrou na tarde de segunda-feira (09) um boletim de ocorrência na GEACRI – Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância e o caso está sendo investigado. Adson Batista ressaltou que o caso precisa ser provado.  

“É evidente que se isso realmente aconteceu, porque até agora eu não tive provas claras e não vou julgar ninguém, quem sou eu para julgar as pessoas. Então, as pessoas precisam ser sérias e parar de ficar jogando para a plateia. Porque quando acontece alguns problemas, têm presidente de clube que esconde, não enfrenta os problemas. Eu não! Eu estou à frente de tudo”, disse.

O Atlético Clube Goianiense através do seu departamento jurídico vai buscar a justiça comum para recuperar eventuais prejuízos financeiros, oriundos de penalizações impostas pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva. 

O presidente do Atlético Goianiense também demonstrou solidariedade a todos os negros que sofrem racismo.

“Deixo aqui a minha indignação a todos os negros desse país, porque cor de pele não define carater e principalmente capacidade das pessoas ser melhor ou pior”, finalizou.