O Goiás Esporte Clube informou que o volante Fellipe Bastos registrou na tarde desta segunda-feira (09) um boletim de ocorrência sobre a injúria racial, que ocorreu ontem após o clássico com o Atlético, no estádio Antônio Accioly. O boletim vai ser registrado na GEACRI – Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.

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Em entrevista coletiva, após a vitória sobre o Atlético-GO por 1×0, o jogador alegou que foi chamado de ”macaco” por um torcedor rubro-negro assim que saía do gramado em direção aos vestiários do estádio, neste domingo (8).

”Eu estava saindo para o vestiário e um rapaz com óculos na cabeça me chamou de macaco. Eu voltei e falei assim para ele ‘Repete o que você falou’ e ele ‘Macaco’. Me chamou duas vezes de macaco”, relatou.

Nas redes sociais, o Goiás se posicionou a respeito do ato de racismo contra Fellipe Bastos após o clássico diante do Atlético Goianiense, pela Série A do Campeonato Brasileiro. O clube destacou que espera que medidas judiciais sejam tomadas para punir o autor do crime: “Não iremos tolerar esse tipo de atitude”.

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O Atlético Goianiense ainda não se manifestou sobre o ocorrido e informou que está investigando o caso. O rubro-negro alega que está analisando as imagens do circuito interno de monitoramento por câmeras do estádio Antônio Accioly, para que o crime possa ser comprovado e o autor identificado.

*Atualização do caso

De acordo com matéria publicada pelo jornalista João Paulo Di Medeiros, do jornal O Popular, Fellipe Bastos chegou à delegacia por volta das 16h e comentou sobre a importância de fazer a denúncia em todos os casos.

“As pessoas têm de tomar essa atitude que tomei hoje, que é a de denunciar. É muito importante, como falou o delegado, não fui só eu que fui atingido, mas todas as pessoas que passam por isso todos os dias e não têm uma voz, não tem uma entrevista para dar. Temos de denunciar, sim e buscar e achar os culpados para que haja punição. O importante não é só descobrir quem fez o racismo, mas punir com uma lei mais severa para que a gente tenha mais respeito com a nossa cor”.

Ainda segundo a reportagem, o delegado responsável pelo caso, Joaquim Adorno, explicou que após a denúncia feita pelo volante, será solicitado as imagens da partida feitas por todos os veículos de comunicação presente no momento do jogo e do caso relatado pelo jogador do Goiás Esporte Clube. Além disso, ao Atlético Clube Goianiense será pedido imagens de monitoramento e testemunhas que possam ter visto o ocorrido.

De acordo com o delegado, para o crime de injúria racial não há possibilidade de pagamento de fiança, e o indíviduo identificado como o autor dos insultos pode pegar até três anos de reclusão.

“Hoje chegamos a um absurdo de ter essa média de 20 casos por mês, então assim, isso tem crescido. As vítimas têm feito o papel delas e vindo denunciar, é preciso denunciar para combater o racismo e a intolerância todos os dias”, ressaltou o delegado ao jornal O Popular.