O Goiás anunciou nesta segunda feira, 28, a demissão do técnico Thiago Larghi e toda a comissão técnica que ele montou para trabalhar na equipe.

Quando o Goiás anunciou a contratação do Thiago Larghi eu disse que o currículo dele apontava que o Clube era maior do que o treinador. Em sua maior parte atuando no mundo da bola, foi analista de desempenho, trabalhando nesta função em maior tempo com Oswaldo de Oliveira, a quem substituiu no Atlético Mineiro e acabou efetivado no cargo.

Quando foi demitido do Atlético Mineiro, nunca mais arrumou emprego como treinador, e isto juntado à jovialidade do profissional, apontava para uma contratação de risco.

A justificativa dada pela diretoria do Goiás é que se tratava de um estudioso do futebol, com bagagem teórica e científica ao modo de formação dos grandes técnicos europeus, tendo inclusive feito um estagio com Pep Guardiola, um dos maiores profissionais da função no mundo.

Veio o Thiago Larghi e no geral todos concordavam que o elenco do Goiás é fraco e precisa de reforços. A única contratação foi o ala-direito Edilson – a diretoria falou na vinda de mais um ala-esquerdo, um segundo homem de meio-campo, um meia de criação e dois atacantes. Acertou o retorno do Leandro Barcia, que não veio a tempo de ser aproveitado pelo Thiago Larghi e não deu conta de contratar mais ninguém, pelo contrário perdeu um dos principais jogadores do elenco que já é fraco, o zagueiro Rafael Vaz, que foi jogar no mundo árabe.

Os resultados não vieram e não tinham como vir mesmo, já que os reforços prometidos também não vieram e o técnico acabou sendo demitido. Foi injusta a demissão. Além da fragilidade do elenco, o treinador não teve tempo para trabalhar no Goiás. Chegou e pegou uma sequência de jogos quarta/domingo e quanto teve 14 dias de folga na tabela ele foi contaminado pelo coronavírus e teve de se afastar por 10 dias. Mas o mais condenável nesta demissão é a cobrança de resultado em cima de um técnico que não tem elenco para produzir mais.

Enderson Moreira foi contratado como novo técnico e penso que vem mais problema interno no Clube. Enderson sacou do time de forma absolutamente desleal o goleiro Harlei, para minar a liderança que o então atleta tinha no elenco e colocou no seu lugar o gaúcho Renan, que teve vida curta no Verdão. O acontecimento fez com que Harlei encerrasse a gloriosa carreira, onde é considerado por muitos o melhor goleiro que atuou no futebol goiano em todos os tempos, humilhantemente como terceiro reserva – naturalmente ficou a cisão.

O Harlei responde atualmente pela coordenação de futebol no Goiás. É um homem sensato, moralmente correto. Já disse que voltou a conversar com o Enderson, mas só o tempo vai mostrar se a convivência será ordeira. Vou torcer para ser, mas penso que o Goiás errou duas cajadadas em um coelho só.