O dia 18 de abril não passa despercebido nas datas relacionadas ao livro, isto porque a data celebra o Dia Nacional do Livro Infantil. O desafio de se formar leitores não é novo, e passa por temas como a inserção dos livros na escola, o impacto dos pais no processo e a própria atenção dos pequeninos, cada vez mais disputada.

Seria uma guerra perdida aquela travada entre dispositivos luminosos e sonoros e os livros de papel? Nesse cenário, pode ser mais vantajoso não enxergarmos a situação como “livros x telas”, mas, instigar outro tipo de olhar diante de uma estante.

Por que dar um livro a uma criança? Foi uma das minhas perguntas à escritora goiana de Literatura Ilustrada, Dani de Brito, autora de livros como “Rato Fredo” e “Cirilo”. Já tive outras oportunidades de conversas com a Dani sobre o tema e, desta vez, decidi trazer o conteúdo na íntegra.

Coluna: Na sua opinião, o que caracteriza a qualidade de um bom livro destinado para as crianças?

Dani de Brito: É um livro instigante e que provoque curiosidade nas crianças. Que traga uma linguagem próxima à realidade delas, além de ilustrações que fomentem a imaginação e criatividade no diálogo com o texto.

Coluna: Na infância, qual é o papel da Literatura para o incentivo do hábito de leitura?

Dani de Brito: Ao acessar o mundo dos livros, já vão percebendo possibilidades e vão desenvolvendo o prazer rotineiro do livro e o hábito da leitura. Assim, não vão ficar fugindo para outras formas de deleite.

Coluna: O que crianças que leem “ganham” em relação a crianças que não possuem esse hábito?

Dani de Brito: Além do vocabulário, melhoram a condição de perceber histórias e situações a partir de mais de um ponto de vista. São crianças mais reflexivas e com maior capacidade de expressão.

Coluna: Como os pais podem influenciar esse hábito na vida de seus filhos?

Dani de Brito: Acredito que seja lendo com os seus filhos. Além disso, ter sempre livros em casa e à disposição das crianças, em locais de fácil acesso. Passeios à bibliotecas em que os filhos possam escolher o que gostariam de ler.

Depois da conversa, abro uma página em um site de compras. O motivo? Preciso pedir um novo livro para a minha irmã, de apenas 6 anos. Quero que ela veja o mundo com os seus próprios olhos e para isso, vai precisar de uma criatividade “afiada”.

Uma coisa parece certa: o livro segue sendo um dos melhores amigos da fantasia e ludicidade tão características da infância. Em um mundo tão marcado pelo “preto no branco”, é um desperdício perder as nuances das cores que a Literatura é tão capaz de proporcionar.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU): ODS 4 – Educação de Qualidade.

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