Desenvolver competências, habilidades e atitudes para que as pessoas sintam-se sensibilizadas, preparadas e empoderadas a alcançar objetivos de vida. Esta é a proposta do Programa Nacional da Educação Empreendedora (PNEE), iniciativa do Sebrae. Nesta quinta-feira (8), segundo dia da Campus Party Goiás, cinco projetos contemplados no Prêmio Educador Transformador, realizados por educadores goianos, foram apresentados no evento.

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A apresentação ocorreu no Palco Fábrica de Empreendedores. De três mil projetos de educação empreendedora em todo o país, apenas 70 foram selecionados. Destes, no entanto, cinco são de Goiás. Um deles, na categoria Ensino Superior, é de autoria do professor e presidente da ACIEG Jovem, Nícolas Magalhães. Trata-se de um projeto de desenvolvimento de softwares do curso de Engenharia de Softwares, do Centro Universitário Alfredo Nasser.

“A gente esteve aqui para conversar um pouco sobre educação, sobre tecnologia e incentivo em relação à transformação que a educação provoca”, afirma Nícolas. “A educação empreendedora vai muito além. Vai em relação a perfil empreendedor que é aquele perfil de flexibilidade. Se olharmos a educação empreendedora, ela é muito mais comportamental. Você consegue identificar nos seus alunos um comportamento melhor. Agora já temos 12 projetos que estão em desenvolvimento. Muitos já estão na fase de aplicação”, complementa.

Inspiração em Frida Kahlo

Mostrar como é possível transformar fragilidades em potencialidades através da arte. Este foi o trabalho premiado e realizado por estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) de Caldas Novas.

Segundo a coordenadora pedagógica de Artes e Cultura da Secretaria Municipal de Educação de Caldas Novas, Juliana Patrícia, porém, o trabalho teve como inspiração a pintora mexicana Frida Kahlo. “São alunos que ficaram muito tempo longe da escola. E a experiência que eles têm com aprendizagem em artes. É o desenho tradicional, como maçã vermelha e cabinho verde. A gente traz um olhar de pesquisa em arte, de resignificar o que é aprendizagem em arte.

Foram seis meses de projeto com envolvimento de mais de 90 alunos. Nesse sentido, o resultado, segundo a coordenadora, foi a exposição dos trabalhos dos alunos em uma mostra de visualidades imersivas na Casa Azul. Nada menos, portanto, que o Museu Frida Kahlo, na Cidade do México.

Os professores Déborah Costa, Nícolas Malhães, Juliana Patrícia, Flaviana Bárbara e Leyliane Barbosa, vencedores com projetos que unem educação e empreendedorismo (Foto: Johann Germano)

Campinaçu

Professora da rede pública estadual no CEPI Calumério Rodrigues Galvão de Campinaçu, região Norte, Déborah Rísia da Costa, 80 alunos de 6º ao 9º ano projeto de robótica nas escolas.

“Nosso projeto visa alinhar a tecnologia e a matemática, e usar essa tecnologia como uma aliada. Isso porque estamos tendo muitos problemas com o uso do celular em sala de aula, ou seja, o excesso de tecnologia. Precisávamos de algo que chamasse mais a atenção dos alunos na escola, melhorar o desempenho e deixar a tecnologia, não de lado, mas como aliada no ensino e aprendizagem”, afirma. “Hoje tudo que acessamos está atrelado à tecnologia, ao uso das mídias digitais, à inteligência artificial”, complementa.

Palmeiras de Goiás

O projeto da professora Leyliane Alves Barbosa teve como foco a preocupação com a separação do lixo, na cidade de Palmeiras de Goiás.

“Os alunos construíram latas de lixo reciclável. Um trabalho maker, que foi inclusive feito com os pais. Houve um acompanhamento por parte dos pais com uma apostila que criei”, afirma.

Ademais, a proposta se baseou na chamada sala de aula invertida, em que alunos e pais realizam o trabalho maker em casa e trazem a discussão para a escola com rodas de conversa. São alunos de Educação Infantil e Ensino Fundamental 2 da Escola Municipal Orestino Manoel de Siqueira.

Silvânia

Flaviana Bárbara de Souza é professora da Educação Infantil da Escola Aprendizado Marista Padre Lancisio, de Silvânia. Trata-se de uma instituição privada, porém, filantrópica, e que oferece bolsas de estudos para os alunos.

Um dos premiados, o projeto “Eu Sou Diferente”, prioriza a inclusão e o combate ao bullying nas escolas. “O principal objetivo é o respeito às diferenças, às pessoas com deficiência e o combate ao racismo. O Sebrae participou da premiação e nos proporcionou momentos incríveis. Foi um sonho, um incentivo para não pararmos e, enquanto educadores, continuar transformando o mundo através da educação”, conclui Flaviana.

*Este conteúdo contempla os Objetivos de Desevolvimento Sustentável (ODS) 04 e 17 da Agenda 2030 da ONU, por uma Educação de qualidade e por Parcerias e meio de implementação, respectivamente.

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