Em meio às tensões geopolíticas relacionadas à guerra na Ucrânia, as negociações para definir o próximo país a liderar a importante cúpula anual da ONU sobre mudanças climáticas estão paralisadas. Nesse cenário, os Emirados Árabes Unidos estão oferecendo-se como anfitriões para a COP28 em Dubai este ano, com a proposta de sediar a COP29 em 2024, efetivamente liderando o evento por dois anos consecutivos.

Essa oferta daria aos Emirados Árabes Unidos um papel influente nas discussões sobre políticas climáticas globais em um período crucial para a luta contra as mudanças climáticas.

O processo de seleção para a sede da COP29 envolve a unanimidade dos 23 países do leste europeu que compõem o grupo responsável por essa decisão. No entanto, as tensões políticas e a oposição da Rússia a qualquer país-membro da União Europeia como anfitrião após a guerra na Ucrânia complicaram o processo. Como alternativa, a Alemanha é considerada a opção padrão, mas enfrenta desafios logísticos devido à falta de espaço para acomodar a grande multidão que a cúpula atrai.

“É importante que o grupo EEG tome uma decisão sobre a presidência da COP seguindo os procedimentos da UNFCCC”, destacou o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha.

Em meio a essa situação, os Emirados Árabes Unidos expressaram relutância em liderar as negociações da COP29, a menos que também possam sediar o evento. O escritório da presidência da COP28 enfatizou a necessidade de seguir os procedimentos apropriados na escolha do país-anfitrião. “Isso nem sequer está em nosso radar. Continuamos focados em promover ações climáticas ambiciosas na COP28”, afirmou.

Outro país

Como solução para esse impasse, a possibilidade de um país fora do grupo do leste europeu se oferecer para sediar e presidir a cúpula está sendo considerada. Embora não haja um prazo definido para chegar a um acordo, a complexidade das negociações e o tamanho do evento geralmente requerem cerca de um ano de preparação.

Na COP28 deste ano, os Emirados Árabes Unidos liderarão as negociações envolvendo quase 200 países, buscando acordos em áreas críticas, como a avaliação global das emissões e um fundo para perdas e danos relacionados às mudanças climáticas.

Há também a expectativa de que novas metas para a redução gradual dos combustíveis fósseis e metas pós-2030 sejam discutidas no acordo final. A União Europeia já se comprometeu a pressionar pelo fim gradual dos combustíveis fósseis não capturados, buscando alcançar esse objetivo “bem antes de 2050”.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática

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