Nos últimos anos, é notável o aumento da presença de indivíduos pertencentes a grupos vulneráveis abordando os impactos da crise climática em seus corpos e territórios. Em 2021, o movimento negro brasileiro fez sua estreia organizada na conferência global ao enviar uma delegação da Coalizão Negra por Direitos para a COP26 em Glasgow, Reino Unido.

No ano seguinte, a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU ocorreu no Egito, uma nação africana com profunda herança negra. Agora, em 2023, na COP 28, sediada em Dubai, Emirados Árabes Unidos, o grupo “Vozes Negras Pelo Clima” estará presente. Este grupo é composto por nove das onze lideranças da Rede Vozes Negras pelo Clima, mulheres negras dedicadas a combater o racismo ambiental e promover a justiça climática em suas comunidades.

A formação desta rede recebeu o apoio da Anistia Internacional e tem como missão impulsionar estratégias para mitigar os efeitos da crise climática por meio de uma agenda contínua que influencia, mobiliza e engaja indivíduos, empresas e governos, tanto a nível nacional quanto subnacional, na melhoria das políticas públicas em comunidades periféricas.

Objetivos

O grupo será representado por líderes de favelas, quilombos, comunidades pesqueiras, ribeirinhas, quebradoras de coco babaçu e seguidoras de religiões de matriz africana, todos com dois objetivos fundamentais.

Primeiramente, destacar a urgência da adoção do antirracismo como prioridade nas políticas climáticas dos países signatários de acordos multilaterais, perante autoridades nacionais e internacionais.

Além disso, apresentar um documento que registra as violações de direitos relacionadas, direta e indiretamente, às injustiças climáticas que afetam os territórios de origem das líderes da Rede Vozes Negras pelo Clima.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática

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