O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia (SET), Adriano Oliveira, detalhou à Sagres 730 nesta segunda-feira (14), a gravidade da crise financeira enfrentada pelas empresas operadoras do transporte coletivo.

“Desde o início da pandemia nós alertamos sobre a situação do transporte, especialmente em relação à queda de passageiros que foi muito grande, consequentemente a receita das empresas caíram e as empresas tiveram que manter o serviço funcionando todo esse tempo”, disse. “No início a queda era muito expressiva, superior a 80% e hoje está estabilizado em 50%. Então a partir daí, as empresas vêm acumulando prejuízos grandes que vem avolumando”.

Ele apontou que o prejuízo acumulado das empresas que operam o transporte coletivo chega a R$ 75 milhões. “Antes tínhamos um prejuízo acumulado de R$ 30 milhões, mas as empresas ainda tinham a capacidade de suportar isso através de operações de créditos, só que com essa pandemia o prejuízo chega a R$ 75 milhões e se torna impossível das empresas irem à diante”, afirmou.

A Companhia Metropolitana do Transporte Coletivo (CMTC), gestora do sistema de transporte de Goiânia e região metropolitana, recebeu manifesto das empresas concessionárias informando sobre a gravidade da crise financeira enfrentada pelas empresas operadoras, e do risco de paralisação dos serviços na virada do ano.

Questionado sobre quais ações impediriam a paralisação dos serviços de transporte, o presidente do SET afirmou que a saída seria a sanção da PL-3364 (um projeto implicaria o repasse pela União, aos Estados e Municípios com mais de 200 mil habitantes, de R$ 4 bilhões), mas o governo federal vetou na integralidade.

“Na semana passada tivemos uma notícia muito ruim, que foi o veto do presidente Bolsonaro a um projeto de lei de iniciativa do poder Legislativo, que destinava um apoio econômico ao setor de transporte público coletivo. Era uma esperança grande que as empresas tinham de poder ter segurança para seguir operando”, disse.

Adriano Oliveira apresentou outra solução. “Nesse momento, estamos fazendo esse alerta, mas a gente traz uma solução, que é os próprios entes, que são as prefeituras concordarem e aderirem o plano emergencial que foi proposto pelo Estado, no âmbito da ação civil pública do Ministério Público”, completou.

O plano propõe várias responsabilidades ao poder público, às concessionárias e à Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC). “O que estamos tratando, e com um diálogo positivo, é essa adesão ao Plano emergencial homologado pela Justiça”, disse.