O mês de junho é amplamente conhecido como o mês do orgulho LGBTQIA+. Trata-se de um período em que a comunidade ao redor do mundo se une para celebrar, reconhecer e apoiar a lutra pela diversidade sexual e de gênero. Apesar disso, o fundador da Associação da Parada do Orgulho LGBT de Goiás (APOGLBT-GO), Marcos Silvério, criticou, em participação do Conexão Sagres, a falta de políticas públicas para a comunidade.

Confira o Conexão Sagres na íntegra:

“Toda minoria tem um estauto que a protege. O Estatuto do Idoso, da Criança e do Adolescente, da Pessoa com Deficiência, a Lei antiracismo, mas nós não. O Estatuto da Diversidade está há décadas para ser votado, mas sempre é colocado na gaveta, nunca acontece. Somos uma massa que não pode ser ignorada, porque, segundo pesquisas, a comunidade LGBT representa cerca dee 10% a 20% da população. Então, estamos falando de 20 milhões de pessoas, mais do que metade dos países do mundo”, pontuou.

O orgulho LGBT é muito mais do que uma simples festividade. É um movimento que busca a igualdade, a inclusão e a visibilidade de todas as pessoas que fazem parte da comunidade LGBTQIA+. Nesse sentido, o especialista até reconheceu alguns avanços, mas ainda acredita que há um caminho para percorrer.

“Em 2011, a gente tinha um levantamento feito por um advogado que apontava 78 direitos a menos da comunidade LGBTQIA+ em relação à população heterossexual. Veio alguns avanços, como a união estável, a adoção por casais homossexuais, o uso do nome social por pessoas trans, a criminalização da homofobia. Então, essa lista provavelmente diminuiu, pouco que conseguiu avançar, graças às paradas”, argumentou.

Mercado de trabalho

Outra pauta que a comunidade LGBTQIA+ também luta é pela equidade no mercado de trabalho. De acordo com um levantamento da Catho, 33% das empresas no Brasil não contratariam pessoas LGBTQIA+ para os cargos de chefia.

“Essa estratégia de discutir diversidade nas empresas é uma obrigação do poder público. Hoje você tem leis que garantem, por exemplo, cotas para pessoas com deficiência no poder público, até mesmo em empresas privadas. Agora, se eu pegar as grandes empresas mundiais que cresceram e colocaram a diversidade, seja de cor, sexo, só traz mais produção para sua estratégia de lucratividade. Perdem aqueles gestores ou empresários que acham que não”, argumentou o titular da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas (SMDHPA) de Goiânia, Eduardo Oliveira.

Muitos membros da comunidade enfrentam diariamente a discriminação, a violência e a exclusão social apenas por serem quem são. É por isso que o orgulho LGBTQIA+ vem sendo essencial para conscientização. O orgulho é uma oportunidade para que pessoas de diferentes orientações sexuais e identidades de gênero se unam, fortaleçam laços e mostrem ao mundo que existem e que merecem ser respeitadas.

Educação

O orgulho LGBTQIA+ também desempenha um papel crucial na educação e no combate à ignorância e ao preconceito. Ao levantar as bandeiras do arco-íris, a comunidade e seus aliados mostram ao mundo a importância de reconhecer, aceitar e apoiar todas as formas de amor e expressão de gênero.

“O papel da educação é fundamental, porque chega um momento da vida do jovem que ele passa mais tempo na escola do que em casa. Na escola é o primeiro espaço onde vai conviver com a diversidade, porque sai de casa e vai para um ambiente diverso. Mas, infelizmente a educação nossa no Brasil é um ambiente extremamente hostil, principalmente para a comunidade LGBTQIA+, poruqe é um espaço reprodutor de preconceito”, comentou Marcos Silvério.

O evento é um lembrete poderoso de que cada pessoa merece ser tratada com respeito e dignidade, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero. É um movimento que busca desafiar estereótipos, combater a discriminação e promover o amor próprio e a aceitação de si mesmo.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 10 – Redução das Desigualdades

Leia mais: