Em entrevista exclusiva ao Sagres Online nesta quinta-feira (7), o ex-vereador Paulo Daher (PMN) afirmou que a exoneração da função de assessor especial do governo de Ronaldo Caiado foi uma surpresa. A saída de Paulo do governo foi confirmada pela assessoria do governador. “Eu encaro com respeito a decisão de Caiado”, afirmou.

A insatisfação de Caiado surgiu depois que Daher e o diretório municipal de seu partido protocolaram duas ações na Justiça Eleitoral solicitando a cassação do diploma do prefeito de Goiânia, Maguito Vilela (MDB), e do vice Rogério Cruz (Republicanos). A alegação, segundo Daher, é de “estelionato eleitoral” e divulgação de informações falsas sobre o estado de saúde de Maguito durante as eleições 2020.

“É um estelionato eleitoral. Os eleitores de Maguito foram enganados. Votaram em Maguito, mas quem está administrando a cidade é Rogério Cruz. Durante as eleições, falavam que Maguito estaria presente em algum momento do pleito, mas foram enganados”, pontuou.

Daher ainda lembrou de uma declaração de Daniel Vilela no dia 30 de novembro, quando Daniel disse que uma enfermeira noticiou a vitória nas urnas a Maguito e o viu chorar. “Como assim a enfermeira o viu chorar? Ela não é médica pra saber se foi um choro. Essa fala foi para enganar o eleitor, sensibilizar o eleitor”.

Durante a entrevista, Paulo falou várias vezes que o Hospital Albert Einstein, onde Maguito está internado há mais de dois meses, e a equipe de Maguito precisavam dizer a verdade. “Isso quer dizer falar que o quadro de saúde do prefeito licenciado é gravíssimo e que as condições da recuperação são desconhecidas e podem demorar anos. Como médico e cristão eu acredito em milagres, mas o verdadeiro quadro de saúde deve ter demonstrado”.

Daher frisou que torce pela recuperação de Maguito e rebateu o termo “insensível” dito por Caiado. “Eu sou médico e luto pela vida. Torço pela recuperação de Maguito, mas tenho que priorizar a verdade. Não posso permitir uma mentira dessa magnitude. Não posso permitir que manipulem informação”.

RELAÇÃO ABALADA

Por se tratar de um cargo de confiança, Paulo entende que Caiado já deu seu posicionamento ao exonerá-lo e que, por isso, não deve buscar conversa com o governador.

Sobre um possível atrito político, Daher disse que toda “ação gera uma reação”. “Sempre estive ao lado de Caiado. Duvido que alguém tenha lutado mais do que eu pela eleição do governador. Sempre tivemos uma relação de confiança. Mas não posso permitir que essa fraude perdure”, completou.

RESPOSTA

Hoje, pela manhã, Rogério Cruz (Republicanos) falou sobre as ações judiciais. “Acredito que não há necessidade para isso, uma vez que não temos problemas com a Justiça na questão da apresentação da nossa chapa, nem tampouco da vitória. Se a pessoa tem algo a falar que prove e seja mostrado na Justiça”, afirmou.