A extração de areia é uma das principais agressões ao longo de trecho de 45 km do Rio Meia Ponte, em Goiânia. A retirada tem provocado uma série de consequências como a compactação do solo, erosões, assoreamento, destruição da vegetação, entre outros danos ambientais. Tais fatos foram encontrados durante a 1ª expedição científica do Rio Meia Ponte. Os resultados foram apresentados na última segunda-feira na chamada “Carta das Águas”.

A cada dia da semana, a Sagres tem apresentado detalhes específicos do documento que contém 100 páginas. Os pesquisadores indicaram que há invasões nas Áreas de Proteção Permanente ao longo do Meia Ponte, em Goiânia.

Cultivo

Outro aspecto é que há faixas utilizadas para plantio de hortaliças e cultivo de plantas como mandioca e bananeiras, e quase que na totalidade das plantas encontradas em suas margens são invasoras.

Devido ao cultivo de plantas, com desrespeito a matas ciliares, houve a identificação de herbicidas, como a Atrazina.

A Atrazina é um herbicida amplamente utilizado na agricultura, que foi detectada em todos os pontos amostrados do Rio Meia-Ponte. A exposição crônica à este produto em humanos tem sido associada a problemas de saúde, incluindo o aumento do risco de câncer, desregulação hormonal e disfunção reprodutiva.

Também houve a identificação de espécies cianobactérias, que são capazes de produzir toxinas que podem ser prejudiciais para a saúde humana e animal.

Outra consequência foi aumento do crescimento de algas e outras plantas aquáticas, que podem consumir o oxigênio na água e causar a morte de peixes.

O que é a expedição?

A 1ª Expedição Científica do Rio Meia Ponte foi um trabalho realizado pela Câmara Municipal de Goiânia, em conjunto com outros órgãos, como:

Universidade Federal de Goiás (UFG), Instituto Federal de Goiás (IFG), Saneago, Batalhão Ambiental da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semad), Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA), Centro de Zoonoses e Secretaria Estadual de Educação (Seduc).

O trabalho contou também com a participação de entidades privadas como a Fecomércio e o Secovi, além de organizações de voluntários como o projeto Guardiões do Meia Ponte e o Movimento Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis.

Entre os dias 22 e 27 de março deste ano, o grupo de trabalho percorreu 45 km do Rio Meia Ponte, em Goiânia.

O trabalho começou na Estação de Tratamento de Água (ETA) da Saneago, no Bairro Floresta (Região Noroeste) e encerrando na região do Vale das Pombas, na divisa com Senador Canedo.

O objetivo foi de colher amostras da água, solo, fauna e flora para identificar os possíveis problemas e avaliar a situação do rio para construção de um diagnóstico do Rio Meia Ponte, priorizando os limites do município de Goiânia.

*Este conteúdo está alinhado com o Objetivo de Desevolvimento Sustentável (ODS) 06 da Agenda 2030 da ONU – Água Potável e Saneamento.

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