Arthur Barcelos
Arthur Barcelos
Apaixonado por futebol e geopolítica, é o especialista de futebol internacional da Sagres e neste espaço tem o objetivo de agregar os dois temas com curiosidades e histórias do mundo da bola.

Inclusão, paz e sustentabilidade: as promessas da Olimpíada de Paris

Em 26 de julho de 2024, quando a pira olímpica for acesa pela primeira vez para os XXXIII Jogos Olímpicos, Paris terá o compromisso de entregar uma Olimpíada histórica e revolucionária. Aliás, muito além do âmbito esportivo.

A capital francesa receberá o maior evento esportivo do planeta pela terceira vez em sua história. 100 anos após a VIII Olimpíada, desta vez Paris tem o desafio de realizar os primeiros Jogos Olímpicos alinhados à Agenda 2030.

Não coincidentemente, foi na ‘Cidade das Luzes’ que se adotou o maior tratado internacional sobre mudanças climáticas, oito anos atrás. Realizado durante a 21ª Conferência das Partes (COP 21), o Acordo de Paris definiu, por exemplo, medidas como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Para além da sustentabilidade ambiental, Paris 2024 ainda tem a missão de promover maior inclusão e também trazer paz. Essas foram, pelo menos, as metas destacadas por Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), no evento que iniciou a contagem regressiva para a cerimônia de abertura da próxima Olimpíada.

De acordo com o dirigente, “esses Jogos Olímpicos serão mais inclusivos, jovens, urbanos e sustentáveis. Serão os primeiros com perfeita paridade de gênero. A missão dos Jogos Olímpicos é unir todos em uma competição pacífica. Em nosso frágil mundo, com conflitos, divisões e crescentes guerras, mais do que nunca precisamos desse poder unificador”.

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A nova revolução francesa

Alinhada à Agenda 2030, a expectativa é que Paris 2024 sirva de modelo e inspiração para as próximas Olimpíadas e outros grandes eventos. Com o compromisso de diminuir o impacto ambiental, uma das principais metas é reduzir em 50% as emissões de carbono em comparação com a média de Londres 2012 e Rio 2016.

Evitar gastos com novas construções, sobretudo, é outro importante objetivo nesse sentido. Por exemplo, 95% dos lugares já existem ou serão temporários. Ademais, cada novo espaço construído para os Jogos, de acordo com a organização, tem um legado alinhado aos planos de desenvolvimento a longo prazo de Paris.

Desse modo, a vila olímpica também segue um modelo sustentável, com uma pegada de carbono 30% menor do que a de uma construção moderna. A maior parte das instalações que acomodarão as delegações estarão equipada com um sistema de refrigeração à base de água e aquecimento através de uma usina geotérmica.

Mas as novidades vão além da preocupação ambiental. Afinal de contas, uma das principais marcas dos próximos Jogos será a paridade de gênero. Pela primeira vez na história, haverá a mesma quantidade de atletas masculinos e femininos nas Olimpíadas. Segundo projeção do COI, Paris 2024 terá 5.250 esportistas de cada sexo.

Recuperação do Sena

Em 26 de julho de 2024, não veremos a tradicional cerimônia de abertura olímpica, em um estádio. A inauguração dos próximos Jogos acontecerá ao ar livre, ao longo do rio Sena e da avenida Champs-Élysées, passando por pontos icônicos e históricos de Paris, como a Torre Eiffel, o Grand Palais e a Praça da Concórdia.

Aliás, o Sena terá protagonismo durante toda a Olimpíada. Afinal de contas, algumas provas serão realizadas no rio que corta a capital francesa, como o triatlo e a maratona aquática. Para isso, o poder público mobilizou um programa de descontaminação do rio, com mais de 1,5 bilhão de euros investidos em uma década.

O projeto, inclusive, é um dos mais ambiciosos envolvendo Paris 2024. Isso porque durante o último século o Sena ganhou a infame consideração de ser o esgoto a céu aberto da cidade. Outrora uma tradição dos parisienses, o banho no rio está proibido desde 1923. E a ideia é reabri-lo para banhos públicos em 2025, após 102 de proibição.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU): ODS 5 – Igualdade de gênero; ODS 10 – Redução das desigualdades; ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis; ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima; ODS 16 – Paz, justiça e instituições eficazes

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