Participante do programa Jovem Aprendiz, da Renapsi, Juscileia de Carvalho foi uma das atletas brasileiras no Parapan, que terminou há alguns dias em Santiago, no Chile. A tão sonhada medalha no badminton não veio, no entanto a convocação para representar o Brasil também pode ser considerada uma conquista.

“Acho que todo atleta sonha com uma convocação para representar o seu país. foi uma honra representar o meu povo e fazer parte dessa equipe”, disse Juscileia, que também participou do lançamento do projeto Olimpismo 365, que tem o propósito de promover o esporte e os valores olímpicos para os jovens. Idealizado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), a agenda do projeto está, sobretudo, ligado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) das Nações Unidas (ONU).

“Valeu pelo aprendizado, uma experiência única. Não tem como transcrever em palavras. Não cheguei nas finais, mas só de chegar aqui nesta competição é uma vitória muito grande. É confirmar que tudo está dando certo”, completou Juscileia sobre a participação no Parapan.

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Começo no parabadminton

Aos 15 anos de idade, Juscileia de Carvalho teve uma Mielite transversa aguda, um distúrbio neurológico marcado por inflamação focal que, em geral, atravessa os dois lados da medula espinhal, uma das estruturas que compõem o sistema nervoso central (SNC). Juscileia ficou paraplégica. Por causa da limitação dos movimentos, foi apresentada ao esporte adaptado enquanto realiza tratamento em Brasília.

“Conheci o esporte adaptado no hospital Sarah Kubitschek, onde passei por um processo de readaptação. Lá, eles me apresentaram algumas modalidades, justamente como opção para reabilitação, sem estar focado no alto rendimento”, lembrou Juscileia, que não conhecia o parabadminton.

“Me inscrevi no COPs – Centros Olímpicos e Paralímpicos – de Brasília, então fui apresentada ao badminton, que eu não conhecia, mas gostei da modalidade e começamos a fazer os treinos”.

Recado

Juscileia tem 30 anos de idade e mora em Recanto das Emas, cidade administrativa perto de Brasília. Trabalha atualmente na Secretaria de Esportes do Distrito Federal sem deixar os treinos de lado.

“Um recado que deixo para aqueles que querem viver do esporte, é que não desistam. Por mais que o caminho seja cruel e doloroso, o resultados sempre é gratificante”, destacou Juscileia, que vê no esporte um instrumento transformador de vidas, especialmente para os jovens.

“O esporte vai muito além da saúde e do bem estar. Especialmente para os jovens, traz caráter, socialização e ainda outros valores bem importantes. Falo com clareza, por mim, que transformou a minha vida”.

O texto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 3 – Saúde e Bem-Estar.

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