Ismael Alexandrino Júnior (Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde)

Após um mês e dez dias de ter confirmado os primeiros casos de coronavírus em Goiás, o Estado entra em seu terceiro período de quarentena. Depois de dois decretos que mexeram com a cotidiano das pessoas e trouxeram as mais diversas restrições para a rotina dos goianos, o governador, Ronaldo Caiado, flexibilizou vários pontos que foram detalhados durante a entrevista coletiva no palácio das esmeraldas.

No aspecto da saúde, coube ao secretário estadual de saúde, Ismael Alexandrino, explicar as alterações. Segundo ele, as atividades que estavam liberadas continuam liberadas, o que muda é que todas elas precisarão cumprir os protocolos anexos ao decreto. “São 15 protocolos de funcionamento bastante rígidos. Toda atividade, de acordo com seu CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), tem um protocolo geral e terá um protocolo específico”, explica.

Segundo o secretário, a abertura do comércio será gradual de acordo com resultado de estudos que estão sendo feitos no Estado, mas o isolamento social deve continuar. “Independente de decreto, se ele é mais restritivo ou menos restritivo, a orientação do isolamento social permanece. É uma orientação que vai permanecer por muito tempo, porque é isso que vai garantir a redução da transmissão da doença”, define.

Ismael Alexandrino destaca também que a contaminação será inevitável, mas que as pessoas e unidades de saúde estejam preparadas para esse momento. Segundo ele, esse é um vírus que se transmite muito facilmente e tem se mostrado mais grave que o imaginado. Além disso, a outra preocupação é que o vírus tem se manifestado em pessoas não consideradas do grupo de risco. “Nós temos pacientes jovens com complicações, tivemos óbitos de pessoas que, a priori, estão fora do grupo de risco”, pontua.

Na entrevista, o secretário destacou que não há diferença de cuidados entre pessoas que estão ou não no grupo de risco. Ele ressalta que o cuidado deve ser o mesmo, já que qualquer pessoa pode ser um vetor e contaminar outras pessoas, inclusive as do grupo de risco.

Sobre o uso das máscaras, Ismael Alexandrino disse que Goiás está em uma fase da pandemia onde foram registradas contaminações comunitárias. Isso significa que qualquer pessoa ao seu lado pode estar com o vírus e transmitir. Por isso o uso da máscara é recomendado como uma barreira ao contágio.

Atualmente, 67% dos leitos de UTIs e enfermarias estaduais estão ocupados. A rede particular registra 50% de ocupação e o HCamp, hospital criado para receber apenas pacientes com o COVID-19, registra 11%, de acordo com o secretário de saúde do estado.

*Com reportagem de Rafael Bessa.

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