Sagres em OFF
Rubens Salomão

Marconi Perillo acusa “armação política” em derrota de 2018: “tomaram nosso mandato”

O ex-governador Marconi Perillo foi o protagonista de reunião do PSDB com prefeitos e vices eleitos nas eleições de 2020, além de lideranças tucanas, na chácara do prefeito de Trindade e presidente estadual da sigla, Jânio Darrot.

Em discurso de 20 minutos para os cerca de 80 presentes, Marconi acusou, por diversas vezes, suposta “perseguição” do atual governo de Ronaldo Caiado a lideranças do PSDB e da oposição desde o início do mandato e principalmente na última eleição.

O ex-governador inaugurou, com mais ênfase, o discurso do partido para a eleição de 2022, baseado na comparação dos governos tucanos com a atual gestão e falou, pela primeira vez, sobre a derrota em 2018, quando o então governador José Eliton (PSDB) perdeu no primeiro turno e ficou em terceiro lugar e o próprio Perillo amargou a quinta posição para o Senado.

Segundo ele, aquele processo foi uma armação e retoma ataques a um adversário conhecido: o senador Jorge Kajuru.

“Nós temos que ter muita segurança e dignidade para defender o nosso legado. Nós fizemos a diferença em Goiás. Tivemos um revés em 2018 por armação política. Tomaram o nosso mandato. Todo mundo sabe que, poucos meses antes, o procurador foi candidato em Palmas e o Kajuru foi lá na campanha dele e ele depois ajudou o Kajuru com essa tramóia toda aqui, que resultou no que vocês sabem”, afirmou o ex-governador.

A fala faz referência à Operação Cash Delivery, da Polícia Federal, que o levou à prisão no dia 10 de outubro de 2018, em meio à investigação sobre suposto pagamento de R$ 12 milhões em propina da Odebrecht. A reunião entre tucanos foi realizada no fim da manhã e início da tarde, na sexta-feira (04).

Foto: Marconi retoma discurso político em reunião com cerca de 80 tucanos, em Trindade. (Crédito: Vídeo/Sagres)

Defesa pessoal

O ex-governador retoma a defesa pessoal e afirma que “toda essa mentirada que falaram por aí vai caindo por terra com o passar do tempo. Nada é melhor que o tempo e a paciência para que as coisas cheguem no seu devido lugar. As pessoas falam “o Marconi é muito trabalhador, fez demais, o PSDB fez demais, mas o Marconi fez isso e isso errado”. Vamos ver. O tempo vai dizer se eu fiz ou se eu não fiz. O tempo vai dizer dos nossos governos. Aliás, já está dizendo que os nossos governos fizeram o bem sem olhar a quem, sem perseguir, sempre prejudicar quem quer que seja e eu não tive benesse alguma. Nós não tivemos”.

Cabeça erguida

Na sequência do discurso, recebido com exclusividade pela Coluna Sagres Em Off, ex- governador afirma estar “de cabeça erguida” e “seguro de que nós do PSDB fizemos as melhores gestões da história de Goiás e não dá nem pra comparar”.

Recuperação

Marconi fez questão de afirmar que agora, dois anos depois da derrota de 2018, “as pessoas estão falando do PSDB e não é tão complicado falar em PSDB, como foi há algum tempo atrás, quando nossa bandeira foi para o chão.” Ele valoriza a postura do presidente do PSDB, Jânio Darrot e a “altivez” de deputados que defenderam o legado tucano na Assembleia Legislativa. “Hoje a gente tem muito mais tranquilidade. A gente pode andar de cabeça erguida. Não há uma área em que a gente não tenha feito a diferença em Goiás”, diz.

Vergonha na cara

Em determinado momento do discurso, Marconi fala sobre si próprio e volta a negar que tenha fugido de Goiás para São Paulo depois da prisão pela PF. Ele afirma que teve que ir para São Paulo “para trabalhar”. “Eu não fui por outra razão. É claro que quem tem vergonha na cara fica um pouco inseguro das coisas. Fica um pouco com vergonha, mas eu tinha que trabalhar para sustentar minha família. Eu não tenho renda”, afirma. Ele ainda define que não tem “pretensão de ocupar qualquer cargo”, mas que será “soldado para o que for preciso no PSDB”.

Gestão financeira

Marconi Perillo retoma críticas à gestão financeira do estado na administração do governador Ronaldo Caiado (DEM), que foram respondidas com veemência pela secretária de Economia, Cristiane Schmidt, em outubro durante entrevista à Sagres 730. O tucano volta a apontar que a atual gestão conta com liminares do STF para não arcar com valores da dívida externa, mas que os governos anteriores pagavam a dívida e ainda quitavam a folha de pagamento e realizavam investimentos. E questiona: “Cadê o dinheiro?”.

Em detalhes

Ainda na comparação de administrações, Marconi afirma que os resultados na Segurança Pública são resultados da contratação de policiais, concursos, pagamentos e aumentos salariais que ainda dão motivação aos policiais. “Pergunte aos policiais se eles estão satisfeitos hoje. Pergunte aos professores se eles estão satisfeitos. No nosso governo, a gente dava o aumento de todos os pisos, datas bases, conseguíamos fazer um trabalho extraordinário e pagava a dívida externa”, afirma. O tucano conclui: “Nesses dois anos foi só choradeira, perseguição e nada. E nada”.

O partido

Por fim, Marconi aponta meta de eleger bancadas de deputados estaduais e federais em 2022 e volta a criticar Ronaldo Caiado. “Esse governador (Caiado) não precisa achar que, com essa perseguição, botando a polícia atrás das pessoas ele vai correr com a oposição porque não vai correr com a oposição. A oposição está viva. E a oposição vai chegar de pé para disputar as eleições”. “E eu repito: estarei onde for preciso como soldado. Para defender o nosso legado e ajudar Goiás a perceber o quanto nós fizemos a diferença nesses anos todos”.

Goiânia 2021

O prefeito Iris Rezende (MDB) oficializou a lista de auxiliares que formarão a comissão de transição para a gestão de Maguito Vilela. Foram escolhidos Paulo Ortegal (Governo); Zilma Campos Peixoto (Finanças); Brenno Kelvys (PGM), Juliano Bezerra  (CGM) e Marcela Araujo Teixeira (Administração). Os integrantes da equipe de Maguito devem ser anunciados até segunda-feira (7).

Confira o vídeo do discurso na íntegra

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