Bastante ativo ao lado do Atlético Goianiense para conseguir a liberação do poder público para a reabertura os centros de treinamento, o Vila Nova esperou um tempo maior do que os seus rivais para definir sua reapresentação. O retorno se dará a partir do dia 16 deste mês, em uma terça-feira, três meses depois da suspensão das atividades no clube.

Entrevistado por Wendell Pasquetto para o programa PUC TV Esportes, o médico ortopedista Thiago Caixeta, responsável pelo setor médico do Vila Nova, afirmou que o protocolo médico do clube colorado “está pronto e já tem até um tempo que elaboramos. Estávamos apenas aguardando a liberação das autoridades sanitárias para organizarmos a estrutura e toda a equipe voltar para dar início à retomada dos treinamentos”.

Um tema bastante discutido na última semana foram os diferentes procedimentos adotados por Atlético Goianiense Goiás, que levantou o debate entre os exames dos tipos PCR e sorológico. O médico colorado ressaltou que “o teste mais seguro dependerá da fase da doença. A melhor forma de se fazer, que terá uma sensibilidade melhor, seria realmente combinar o PCR, que é o teste que fazemos para detectar a doença na forma ativa, com a sorologia, que podemos detectar aquele paciente que já teve a doença”.

Esse método foi o seguido pelo Goiás, orientado pelo médico infectologista Boaventura Braz de Queiroz. No Vila Nova, explicou Thiago Caixeta, o clube fará “como a maioria dos clubes. Vamos fazer a sorologia para ver quem já tem a imunoglobulina para defesa, que é o IgG, e quem tem a doença ativa, que é o IgM. O PCR faremos apenas para pacientes, atletas ou membros da comissão técnica, que têm os sintomas relatados”.

Sobre a diferença na precificação dos testes, e se talvez por isso o exame sorológico foi o escolhido pelo clube, o médico afirmou que “o custo do PCR é um pouco maior, mas só tem sentido se aplicado no paciente com sintomas ou, então, se der a sorte de acertar aquele portador assintomático que está com a doença ativa, porque ele não é um exame para rastreio”.

Acerca do procedimento a ser adotado durante os treinos, “o que colocamos no protocolo seria para fazermos os treinos no CT. Como todos os clubes estão fazendo, o atleta já chega uniformizado e não utilizarão o vestiário. Vamos dividir as áreas do campo para treinar de seis a oito jogadores de cada vez, dividindo o elenco, a princípio, em quatro grupos. Então, dois grupos pela manhã e dois à tarde, com um intervalo de meia à uma hora entre a apresentação dos grupos”.

“De acordo com a evolução da doença, de um tratamento, uma vacina ou até com os resultados sorológicos que tivermos, podemos, no futuro, unir esses grupos. É muito difícil pensarmos como tudo acontecerá daqui para frente, porque colocar cada um no seu ‘quadradinho’ para treinar sem cruzar é muito simples, mas estamos treinando para pensar em jogar. Na hora do jogo não tem essa, o futebol é um esporte de contato”, reforçou.

Thiago Caixeta lembrou que, durante a Série C, “vamos ter que viajar e o nosso primeiro jogo é em Manaus, onde imaginamos que tenha um índice de contaminação muito grande. Então como isso será possível, quando vamos poder fazer isso? Essas respostas, infelizmente, ninguém tem ainda. Temos que, a princípio, pensar em condicionar esses atletas para quando tivermos a liberação estarmos prontos”.