A Federação Goiana de Futebol anunciou na última semana uma parceria com a Federação de Futebol do Distrito Federal na “troca” de árbitros durante os campeonatos estaduais. O desgaste da arbitragem nos jogos locais foi o principal motivo destacado pelo presidente da FGF, André Luiz Pitta, para colocar em prática o intercâmbio.

“A gente já vinha conversando com a Federação de Brasília. Tentamos iniciar esse projeto no anos passado, mas não evoluímos. A intenção é fazer um movimento onde a gente tenha troca de aprendizado e diminuir o desgaste já que os nossos árbitros estão há muitos anos participando das competições. Nós temos árbitros que fazem competições nacionais de alta qualidade, mas as vezes, internamente, não dão o mesmo valor, com uma cobrança significativa e isso desgasta a relação com os clubes durante o campeonato”, explicou Pitta, que citou diretamente os árbitros mais experientes do futebol goiano.

Se todo jogo que tem uma “pedreira” tiver que pôr o Wilton (Sampaio) pra resolver ou o Elmo (Rezende) ou o André (Luiz Castro) ou o Eduardo (Thomaz), e estamos falando de 74 jogos ao longo do Campeonato, e esse toda hora o Wilton for tentar acudir, é óbvio que estará mais exposto e pressionado. Você sabe que o torcedor vai para o jogo e diz: “Ah, o Elmo (Rezende) marcou um pênalti contra mim… Então, esse desgaste acontece. Bom seria se nós pudéssemos nos Estaduais, circular os nossos árbitros no Brasil inteiro, porque em todos os campeonatos acontece isso. Não é desmerecer os nossos árbitros, porque acho que são bons. Temos o Wilton Sampaio, pra mim o melhor árbitro do Brasil, cotado para a Copa do Mundo, além de dois auxiliares FIFA, sem contar outros bons nomes. É importante também para os nossos árbitros continuarem apitando”, completou o dirigente.

Renovação

André Luiz Pitta não considera que a parceira com a Federação de Futebol do Distrito Federal vá impedir o surgimento de novos árbitros, que devem ser revelados aos poucos, afinal sofrem mais pressão no começo de carreira do que jovens jogadores quando são lançados pelos seus clubes.

“Não limita, até porque hoje nas nossas escalas, temos árbitros jovens apitando os jogos, mas temos de ter cautela com eles, porque o árbitro demora um certo tempo para ganhar experiência e a credibilidade da imprensa, torcedores, jogadores e dirigentes. O importante destacar quando o assunto é renovação, é que o tratamento é bem diferente de um jogador jovem, que está estreando, comparado com um árbitro jovem que está estreando. Quando Goiás, Vila Nova e Atlético colocam um jovem, com um clube fazendo um trabalho de revelação com ele, todos o apoiam, mesmo que ele não tenha feito um bom trabalho. Mas quando colocamos um árbitro jovem, começam os questionamentos do dirigente, achando que é um menosprezo com um jogo dele, às vezes a cobrança da imprensa, então se ele não apita uma boa partida, ninguém vai considerar que é um jovem, então a revelação de árbitros é mais sofrida do que a revelação de jogadores”.

Primeira experiência

Sávio Pereira Sampaio, que é irmão de Wilton Pereira Sampaio, apitou neste sábado (5), o clássico entre Vila Nova e Atlético que terminou com vitória colorada e duas expulsões pelo lado rubro-negro.

Arbitragem feminina

Questionado sobre a utilização da árbitra Michele Safatli e da auxiliar Jordana Barbosa nos jogos dos Goianão, André Luiz Pitta ressaltou que não apenas as duas profissionais, mas também outros árbitros jovens, devem ser escalados no momento certo.

“Nós temos que fazer algumas avaliações sobre isso, temos vários árbitros, independente se são homens ou mulheres. Acho que temos de preservar sempre a questão da qualidade, independente de tudo e dar condições iguais. Além das meninas, temos mais árbitros para estrear, então a comissão de arbitragem está buscando o melhor momento para isso acontecer”, finalizou.