O presidente do Goiás, Marcelo Almeida disse, após o empate contra o Vasco da Gama, na Serrinha, que o técnico Enderson Moreira não será demitido. O presidente disse que vê crescimento técnico na equipe, que alguns dos reforços não estrearam ainda e que trocar o treinador seria voltar o trabalho ao ponto de partida, a estaca zero.

Embora não vendo o crescimento que o presidente vê no Goiás e mesmo já tendo sugerido a troca do treinador, concordo bom Marcelo Almeida: não é hora para trocar o técnico. O momento passou. Se o Goiás quisesse fazer está mudanças teria de ser 10 dias antes do jogo diante do Vasco da Gama, quando o time teve uma semana inteira pra ser organizado tática e tecnicamente.

A partir do jogo do Vasco o calendário de jogos volta ser apertado, com média de duas partidas por semana e um novo treinador não poderia fazer quase nada em termos de mudanças de posicionamento e funções de cada setor da equipe e de cada peça deste setor. O Goiás tem um esquema definido, que na minha avaliação não é o melhor para o elenco que o Clube montou para este ano.

O time joga no 4-3-3, ou seja, uma linha se quatro jogadores compondo o sistema defensivo, uma de três compondo o meio de campo e outra de três compondo o ataque. Penso que com um atacante a menos e mais um jogador no meio de campo o time fica mais eficiente, ou seja, no 4-4-2.

O Goiás não tem três atacantes diferenciados para compor o ataque e com apenas três jogadores no meio, abre muito espaço para a transição e criação do time adversário, expondo a defesa. Outra vantagem do 4-4-2 seria a criação: o time teria dois jogadores criando para dois finalizarem. Ou poderia usar três jogadores de marcação no meio e dar total liberdade para o homem de criação. Ficaria melhor distribuído.

Mesmo tendo um esquema definido, o Goiás não tem padrão de jogo; não tem jogadas ensaiadas e não tem organização tática. Dá a impressão que tudo está sendo feito no improviso, durante o jogo. Que nada foi treinado, preparado para definir as atitudes diante de cada situação de jogo.

Mas a vinda de um novo técnico dificilmente vai resolver isto, porque ele não terá intervalo entre os jogos para organizar tudo isto. O Enderson já começou a fazer a sua maneira e o que resta é esperar que dê certo: é o mais sensato.

O Goiás ainda tem pela frente 21 uma partidas, já que dois dos seus jogos foram adiados e este número sustenta a esperança matemática da saída da posição incômoda de lanterna da competição e de fugir do rebaixamento. Ainda mantenho a esperança e vejo necessidade da torcida manter também, para reduzir a pressão sobre os jogadores. A pressão só complica mais as coisas.