O Conexão Mata Atlântica é o projeto responsável por diminuir em quase 38% a área de vegetação nativa ameaçada da Mata Atlântica em propriedades rurais de São Paulo. O projeto executado pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do estado e a Fundação Florestal funciona como um incentivo econômico para proprietários rurais adotarem práticas de conservação da vegetação nativa do bioma.
O projeto é um laboratório para testar o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), portanto, é uma política ambiental que possivelmente será implementada em todo o estado. Os dados apontam para uma política com resultados positivos. Em quatro anos, a área de vegetação nativa da Mata Atlântica caiu quase 38% nas 547 propriedades rurais. O projeto foi aplicado num corredor com parte significativa do bioma na bacia do rio Paraíba do Sul.
Segundo a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), os 38% representam uma queda de 1,3 mil para 490 hectares. Assim, o projeto aumentou a segurança da vegetação nativa de Mata Atlântica nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, uma área de 20,2 mil hectares. O aumento foi de mais de 11%, ou seja, de 8.507 hectares em 2019 para 9.547 hectares em 2023.
Conexão Mata Atlântica
O projeto Conexão Mata Atlântica é pioneiro, gera renda, emprego, preserva e recupera o bioma. Ele começou via edital em 2011 com iniciativa do Global Environment Facility (GEF), financiador de projetos ambientais em todo o mundo e participação direta do professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Carlos Joly.
Carlos Joly foi o responsável pela escolha da região do Vale do Paraíba como laboratório do projeto via edital. “A ideia foi que, se conseguíssemos demonstrar que era possível promover a conservação e a restauração de serviços ecossistêmicos naquela região, esse modelo de programa poderia ser replicado em qualquer outro lugar”, disse Joly.
Então, o edital viabilizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) resultou no projeto Conexão Mata Atlântica. “Nosso objetivo de criar um projeto de restauração e conservação em São Paulo que servisse de exemplo de fato aconteceu. O Conexão Mata Atlântica engajou as pessoas, trouxe benefícios ambientais enormes e mudou a vida de muitos pequenos produtores da região”, destacou o professor.
Benefícios do projeto
A bacia do Rio Paraíba do Sul integra os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Por isso, então, toda a região beneficiou-se pelo projeto. A lista de benefícios tem proteção do solo, restauração ambiental, proteção de habitats, aumento do estoque de carbono e da fauna nativa e manutenção da biodiversidade.
O edital disponibilizou US$ 31,5 milhões com US$ 16,56 milhões usados somente em São Paulo. O balanço indica 1,7 mil contratos, 950 produtos rurais atingidos e 20 municípios envolvidos, como Aparecida, Cachoeira Paulista, Guaratinguetá e Taubaté.
No entanto, segundo a Fapesp, a cadeia produtora do país chegou a outras 202 propriedades. Sendo que 73 produzem frutas, 41 produzem leite, 30 produtoras de mel e 18 produtoras de leguminosas.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática.
*Com informações da Agência Fapesp
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