Em continuidade à série de entrevistas com convidados sobre a situação da pandemia no mundo, o apresentador Rafael Bessa conversou neste Super Sábado #197 na segunda parte do Debate com a tradutora e leitora de Língua Portuguesa da Universidade de Estudos Internacionais de Sichuan, na China, Jakeline Nunes.

Segundo a brasileira, a China conseguiu encerrar os casos domésticos, que ocorrem quando a transmissão é feita de pessoas para pessoa. No final de março e início de abril já era comemorado o declínio da transmissão do vírus em território chinês. Porém, quando algumas pessoas começaram a voltar para o país, os casos ressurgiram e medidas mais rígidas tiveram de ser tomadas.

“Inclusive nós estamos com as fronteiras fechadas para estrangeiros, mesmo que estes tenham visto de residência para viver aqui. Foi encontrado um foco de contaminação no mercado de carnes no setor de peixes em Pequim, onde a situação está bastante crítica. Eles tiveram alguns bairros fechados e cerca de 400 pessoas que tiveram algum contato com mercado também estão de quarentena obrigatória. As aulas em Pequim iriam voltar, mas agora não vão”, afirma.

Ainda de acordo com Jakeline, agora uma investigação busca saber se um novo foco do vírus foi originado por meio de importação de carne de salmão. “O governo concluiu que como a China não produz salmão, onde foi encontrado o foco, estes casos são importados, já que o salmão é importado de países como a Noruega, Dinamarca e Chile. Isso ainda está em investigação, mas não consideram que foi uma transmissão iniciada aqui na China e que esse vírus veio em algum carregamento de salmão cortado”, acrescenta.

Os cuidados, segundo Jakeline, seguem no país. “Quando saio de casa vejo basicamente 90% das pessoas usando máscara. A cidade onde eu moro é uma grande região metropolitana a maior na China, mas eu ainda considero que tem bem menos gente que antes da situação do coronavírus. Aqui na sexta-feira, sábado e domingo, sobretudo agora no verão que é muito quente, as pessoas lotavam as ruas, parecia carnaval, é a única comparação possível que eu posso fazer com Brasil, relacionada a tantas pessoas na rua. Eu percebo também que nos shoppings e estabelecimentos tem muita gente, mas há também uma preocupação intensa para manter a higiene dos locais. Há mais pessoas trabalhando na limpeza, as regiões dos supermercados que têm comida pronta estão bem mais higienizadas”, conta.

A China foi o primeiro epicentro da pandemia de coronavírus. Na semana passada, 137 novos casos de Covid-19 foram revelados em território chinês. Até este sábado (20), o país havia registrado 84.525 infectados e 4.639 mortes.

Portugal

A jornalista Giovanna Lopes, que mora na região do Algarve em Portugal, relata à Sagres como a região está lidando com o coronavírus (Covid-19). “Nosso desconfinamento está sendo muito tranquilo, claro que ainda existem casos, mas a gente conseguiu fazer o esperado que era baixar a curva e manter a curva linear. Nós ainda temos casos novos e mortes todos os dias, mas bem a baixo  que o pico que tivemos no meio de março até abril”, conta a jornalista goiana.

Até este sábado (20), Portugal teve 38.841 casos confirmados de Covid-19 e 1.528 mortes.

Giovanna Lopes relata como está a rotina na região do Algarve em Portugal. “As coisas estão voltando ao normal, já é possível ver turistas pela cidade. Temos um aeroporto aqui e há movimentação, durante a quarentena não tinha voos, mas agora a gente já consegue perceber de dois a três voos no máximo por dia. Ontem eu saí pela cidade e tinha bastante gente, mas todo mundo está tomando as medidas de proteção, os bares por exemplo estão fechando a meia-noite. O plano de desconfinamento aqui começou oficialmente no dia 4 de maio e foi dividido em três fases. Na primeira fase que teve início no dia quatro de maio começou abrir pequenos cafés e pequenos restaurantes e alguns ônibus voltaram a circulação. No dia 18 de maio os restaurantes maiores, algumas escolas e museus reabriram. E no dia primeiro de junho reabriram os shoppings cinemas e as praias. Agora o que estamos esperando é abertura das fronteiras que provavelmente vai acontecer no dia primeiro de julho. Mas na verdade desde o dia 18 de maio, na segunda fase de desconfinamento, a vida praticamente já havia voltado ao normal aqui em Portugal”, explicou a jornalista.

A jornalista goiana Giovanna Lopes participou de edições anteriores do Super Sábado, abordando assuntos como a rotina nas cidades turísticas de Portugal durante a pandemia e relatos sobre o coronavírus no exterior.