Enquanto as federações e os clubes de outros estados articulam de forma mais presente o retorno do futebol, em Goiás esse cenário ainda está distante. De qualquer forma, na última semana, duas ideias ajudaram a movimentar para a retomada dos jogos no estado.

Enquanto Túlio Lustosa, gestor de futebol do Goiás, propôs uma forma de encerrar o Campeonato Goiano em campo, Adson Batista, presidente executivo do Atlético Goianiense, sugeriu um triangular entre os times da capital para adquirirem ritmo de jogo antes das competições voltarem.

Por enquanto, os clubes não têm autorização para realizarem treinamentos coletivos. Mas quando tiverem a liberação, Túlio entende que uma solução para o Goianão ser finalizado seria um retorno em que nenhum clube seria obrigado a participar do restante da competição, o que implicaria não haver rebaixamento e retomar o torneio já na fase final, com diferentes cenários para sua formatação de acordo com o número de participantes.

Adson, por outro lado, reforçou que “o futebol goiano vai ficar para trás se não jogarmos. Temos que ser maiores em qualquer situação” e sugeriu que, “se em julho não tivermos competições, nós aqui, com Vila e Goiás, temos que criar um triangular e jogar para poder proteger os clubes, porque vamos ter dificuldades. Mas o André tem liderança e condição para criar uma organização e terminarmos esse campeonato, porque tem data para isso”.

Citado na questão, André Luiz Pitta, presidente da Federação Goiana de Futebol (FGF), ressaltou que “assim como a CBF tem vários planos para a retomada do futebol, também temos vários planos para a volta do Campeonato Goiano, mas não adianta retomar sem saber em quais condições. Temos que unir todas as ideias e vamos ouvir todas as opiniões, com as condições que consigamos escolher, para terminar o Campeonato Goiano”.

Por sua vez, Hugo Jorge Bravo, presidente executivo do Vila Nova, que não chegou a ser consultado por ninguém, lembrou que “fizemos um reajuste para a diminuição de custos nesse período. Retomar toda essa estrutura já para jogos ocasionaria despesas para nós e, em um campeonato que sabemos que não se fala em público, temos que ponderar até que ponto é interessante esse retorno”.

O narrador e apresentador Téo José, no seu espaço na Sagres 730, falou sobre o assunto. Na sua visão, “a ideia não é ruim”, porém “continuo batendo na tecla, e tenho que ser coerente, que os campeonatos regionais não deveriam voltar. ‘Mas como fica para o próximo ano?’, é um problema das federações. As federações que quebrem a cabeça e procurem seus afiliados para resolver essa história de quem vai para as competições e quem cai, mas acho que não tem nenhuma condição de voltar com o futebol”.

“Está voltando tudo no Brasil e as pessoas não estão se preocupando mais com o contágio. Boa parte da população não está se preocupando e sendo incentivada, porque não há nenhum controle por parte das autoridades, sejam federais, municipais ou estaduais. Estou ficando repetitivo, mas esse povo tem que ser cobrado. Muitas vidas estão acabando por falta de planejamento das autoridades”, completou.

Embora ache a ideia proposta por Adson Batista interessante, Téo ponderou que “desde que tenha condições da volta do futebol. Se não tivermos o Campeonato Goiano, de repente dois jogos para Goiás, Atlético e Vila Nova serviriam de preparação para as competições nacionais. Mas quando vão começar essas competições nacionais? Então fica difícil fazer um planejamento”.

“Nesse momento, da forma como está totalmente sem controle no Brasil com relação à covid-19, os times treinando sem saber o que vão fazer e em qual competição estarão atuando, então fica difícil qualquer planejamento. Tudo está ligado, ou tudo deveria estar, porque daqui a pouco vamos ter uma cidade com um contágio lá em cima e em crescente com a volta de futebol, vôlei, baile funk, pagode, porque, aqui nesse país, a vida está tendo muito pouco valor”, finalizou.