O governador Ronaldo Caiado (DEM) e o senador Vanderlan Cardoso (PSD) se reuniram, nesta quinta-feira (18), pela primeira vez depois que o governador anunciou, em 20 de agosto, convite oficial para o MDB integrar a chapa majoritária. Em entrevista à Sagres, nesta sexta-feira (19), o senador informou que disse a Caiado que tem dificuldades de subir no mesmo palanque de Daniel Vilela (MDB), escolhido para ser candidato a vice-governador na chapa de Caiado nas eleições de 2022.

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“Não fiquei chateado em relação à escolha do Daniel. Foi a forma que foi feito […] Não que o governador tivesse a obrigação de estar reportando a mim se ia escolher ou não, mas que tivesse um diálogo para explicar o motivo desta escolha antecipada”, afirmou o senador.

Vanderlan lembrou que a disputa à eleição para prefeito de Goiânia, em 2020, contra Maguito Vilela, pai de Daniel, deixou rusgas na relação entre os políticos. O senador confirmou à Sagres ainda que não foi comunicado por Caiado sobre a possível aliança com o MDB antes de anúncio oficial.

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“Fiquei feliz [de ao encontrar o governador] porque isso estava me prejudicando, eu não estava me sentindo bem. Nos falávamos duas, três vezes ao dia para discutir projetos. E isso parou depois da visita de Caiado ao MDB. O diálogo parou e eu não estava bem com isso”, comentou Vanderlan.

PEC dos precatórios

Questionado sobre a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios no Senado, Vanderlan Cardoso disse que ainda não tem uma posição definida, se é contra ou a favor do projeto. Mas, pelo que tem sentido nos bastidores, o texto deve ter modificações e retornar à Câmara dos Deputados. Além disso, o senador informou que ele e os colegas de partido vão ouvir um especialista para, então, poderem definir um posicionamento sobre o projeto.

“Cada um tem sua autonomia. Mas vamos procurar ouvir [o especialista] para tomar uma decisão melhor. Tem pontos positivos, bastante, né? Mas o que tem de pontos negativos e que a gente sempre foi contrário são essas quebras de contratos. Quando não se paga uma decisão judicial, é uma quebra de contrato. Isso gera também insegurança jurídica, principalmente aos investidores”, pontuou.

Durante a entrevista, Vanderlan também expressou preocupação em analisar todos os pontos da PEC dos precatórios, já que o Senado será o revisor da matéria. “No Senado Federal tem muitos senadores que são base do governo. Eu sou base do governo, mas não estamos indo [a favor] porque o governo quer. Vamos discutir e observar o que está sendo feito”, finalizou.

Assista à entrevista no Sagres Sinal Aberto: