As prévias do PSDB, para a disputa pela presidência da República, serão realizadas neste domingo (19) com três candidatos: João Dória, Eduardo Leite e Arthur Virgílio Neto. Em Goiás, enquanto, oficialmente, o diretório tucano divulgou nota em que nega ter posição definida sobre as prévias, alguns membros da sigla e ex-dirigentes publicaram carta de apoio a Eduardo Leite. Em entrevista à Sagres, o presidente do PSDB Goiás e ex-governador, José Eliton, confirmou que há um acirramento no Estado, mas que essa divisão não vai provocar rachas no partido.

Leia mais: DEM aumenta número de filiados em Goiás, enquanto MDB e PSDB encolhem nos últimos 4 anos

“Optamos por não fechar questão sobre a matéria e liberamos cada um para escolher seu candidato conforme sua crença. Com isso, temos líderes que declaram votos nos diferentes candidatos, o que é tranquilo. O que esperamos é que, encerrado esse processo, o partido possa se reencontrar, porque naturalmente todo processo de escolha abre algumas feridas, mas esperamos que elas possam estar cicatrizadas até o ano que vem”, declarou o ex-governador.

Ouça a entrevista completa:

As divergências ocorrem, inclusive, entre o José Eliton, que apoia Eduardo Leite, e o, também, ex-governador de Goiás Marconi Perillo, que já anunciou voto em João Dória. “Não é a primeira vez que temos opiniões diversas. Temos um conjunto de opiniões próximas, mas é claro que enxergamos alguns fatos sociais de maneira diferente e ele [Marconi Perillo] respeita a minha [opinião] e eu a dele e de outros líderes do partido. Afinal de contas, um partido não tem dono, ele é formado por todos os filiados que, conjuntamente, concordam ou divergem, o que faz o partido crescer”, explicou o presidente do PSDB.

No cenário nacional, o tucano também vê uma disputa mais quente e, da mesma maneira, espera maturidade dos membros do partido. “Esperamos que o derrotado possa ombrear junto com o vencedor”, pontuou.

O presidente da sigla em Goiás explicou ainda que opta por Eduardo Leite por acreditar numa candidatura mais conciliadora, que fuja da polarização. “Temos dois polos estabelecidos, que são o atual presidente, Jair Bolsonaro, e o ex-presidente Lula. Acho que João Dória também entraria com radicalização nesta disputa, ou seja, nós teríamos três players com discursos muito agressivos em relação ao outro, com temas que não interessam à população, que não resolvem os problemas da população”, argumentou.

José Eliton afirmou que “diante da radicalização” é necessário estabelecer diálogo com uma frente progressista, com “valores intransigentes da democracia, da ciência e constitucionais, que são pontos basilares na política”. Com a ideia de lançar candidatura própria no Estado, o presidente do PSDB destacou também que ainda deve esperar a decisão do cenário nacional, mas que busca diálogo com observação para dois pontos: “Tem que ser oposição ao Bolsonaro e oposição ao governo Caiado”, encerrou.

Assista à entrevista no Sagres Sinal Aberto: