Suplentes de vereadores estão de olho na possibilidade de criação de mais quatro vagas na Câmara Municipal de Goiânia, a partir de 2021. No entanto, a possibilidade não deve prosperar. Do ponto de vista político, não há clima para a tocar a proposta adiante. A medida é considerada inoportuna.

Vereadores que foram derrotados nas urnas não querem assumir um desgaste que vão beneficiar neste momento suplentes que procuram agir nos bastidores da política e ainda juridicamente para tentar ingresso no Legislativo.

O número de vereadores deve ser proporcional à quantidade de habitantes do município. A Constituição estabelece que em cidades de até 1 milhão de habitantes haja no mínimo nove e no máximo 21 vereadores.

 Em cidades com população entre 1 e 5 milhões, deve haver no mínimo 33 e no máximo 40 vereadores, ou seja, Goiânia com uma estimativa de 1,5 milhão de habitantes, aproximadamente, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), poderia ter até 39 vereadores, ou seja, quatros vagas a mais do que é atualmente.

Além de tentar articulação no Poder Legislativo, suplentes também se movimentam no Judiciário, pois entendem que Goiânia já se enquadra em um universo de cidades que poderia ter mais vagas no Legislativo.

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 A avaliação era que o tema fosse tratado antes das convenções partidárias para que passasse a valer já em janeiro. No entanto, o assunto tem aparecido nos bastidores, mas vereadores do atual exercício, principalmente os que perderam as eleições não estão dispostos a assumir um desgaste junto à população.

O vereador Clécio Alves (MDB) se posicionou contrário ao aumento do número de cadeiras na Câmara Municipal de Goiânia.

Ele conseguiu reeleição e exercerá o 6º mandato. Para o parlamentar, o momento é inoportuno, “trata-se de uma tentativa inconstitucional de quatro suplentes que não tiveram votos suficientes nas urnas”.

“Para valer agora era necessário que aprovasse esse projeto antes das convenções partidárias, antes das eleições. E não agora, depois que as eleições aconteceram. Os suplentes querem criar um mecanismo inconstitucional, indecente e irresponsável, mas tenho convicção de que isso não vai prosperar”, destacou.