Um dos maiores desafios para o Brasil cumprir as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 é levar água potável e saneamento básico adequado para todos os municípios do país. Mas o professor Antônio Pasqualetto afirma que a falta de investimento na solução do problema faz com que o país precise investir para solucionar as consequências dele. “A cada 1 real que se economiza em tratamento de esgoto se gasta R$ 5 em saúde pública”, diz.

Antônio Pasqualetto é docente pesquisador no Instituto Federal de Goiás e participa do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte. Então, o pesquisador destacou que algumas legislações brasileiras nos últimos anos encaminham o país para melhores índices em relação ao ODS 6 – Água Potável e saneamento.

“São legislações importantes, entre elas, em 2007, nós tivemos a Política Nacional de Saneamento e recentemente se aprovou o novo Marco Legal do Saneamento Básico”, conta. Confira a entrevista na íntegra no Tom Maior:

Água e saneamento

Quando se fala em água, também se fala em saneamento, por isso, os dois estão juntos no ODS 6. Saneamento é o destino correto de todo e qualquer resíduo produzido pelo homem e, então, ele está totalmente ligado à gestão dos recursos hídricos. “Na questão do saneamento básico a gente pode listar o tratamento da água, o tratamento dos afluentes e o tratamento dos resíduos sólidos”, explicou Pasqualetto. 

Além disso, outro aspecto do saneamento está na capacidade de drenagem urbana dos municípios. Uma cidade como Goiânia consegue drenar 99% das águas pluviais. Mas quanto menor a população da cidade, menor a presença de redes pluviais e de esgotamento.

“Se você pega a média do estado, Goiás não ultrapassa 60%. Alguns estados como São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul  estão à frente nesse quesito, mas em compensação, no Nordeste e na Região Norte esses indicadores são ainda menores que esses 60%”.  

Para Pasqualetto, o Brasil precisa dar passos largos para solucionar o saneamento básico. Pois o país precisa de ações desde a destinação correta de resíduos sólidos e reciclagem, até o tratamento adequado do esgoto.

Recursos hídricos

Todo o problema com a gestão de resíduos sólidos e o tratamento de esgoto afeta os recursos hídricos e a qualidade com que eles chegam para o consumo humano. Rene Benevides é pesquisador do Instituto Federal de Pernambuco e acredita que o reaproveitamento de água é um sinal fortíssimo da escassez hídrica. 

“O reaproveitamento de água é muito importante porque nós temos algumas regiões do Brasil que não tem uma disponibilidade hídrica adequada para toda a população”, diz. Benevides destaca que a reutilização de água garante, em muitos lugares, que a população tenha água disponível para o uso doméstico.

Por isso, o professor e alguns estudantes do instituto criaram uma ferramenta para tratar água de esgoto para uso não potável na região do Sertão do Pajeú, local com baixa disponibilidade hídrica.

“O sistema tem uma elevada capacidade de remoção de matéria orgânica, remoção de nutrientes e eliminação de sólidos suspensos tornando o efluente tratado em uma fonte alternativa de água para reuso”, explica o professor.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 06 – Água limpa e saneamento.

Leia mais: