Os Emirados Árabes Unidos vão sediar a Conferência da ONU sobre o Clima (COP28) entre 30 de novembro e 12 de dezembro deste ano. No entanto, o governo local recebeu muitas críticas voltadas às violações contra os Direitos Humanos. Além disso, o país é acusado de conflitos de interesse por causa da indústria petroleira e as negociações climáticas. Por isso, o anfitrião da COP 28, quer limpar sua imagem para o mundo.

Segundo o portal Climainfo, o governo dos Emirados Árabes Unidos contratou uma empresa de relações públicas para  o serviço. Assim, a First International Resources (FIR) precisa limpar a imagem do país com o público ocidental da conferência antes da realização do evento em novembro.

O interesse do governo árabe em limpar sua imagem foi descoberto pelo registro de valores com a empresa norte-americana no Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Os Emirados Árabes fizeram um adiantamento mensal de US$ 127 mil (cerca de R$ 630 mil) por seis meses para que a empresa norte-americana fortalecesse sua reputação internacional.

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Pressão internacional

A ação do governo dos Emirados Árabes Unidos é vista como  Greenwashing, termo traduzido do inglês literalmente como “lavagem verde”. A atividade é o ato de divulgação falsa, camuflada ou omissa sobre sustentabilidade por meio da publicidade.

A Masdar, companhia estatal de energia renovável dos Emirados Árabes, aparece como a solicitante do serviço no cadastro do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Entretanto, Sultan Al-Jaber é o presidente da empresa, CEO da petroleira estatal ADNOC e o escolhido para presidir a COP 28.

O conflito de interesses econômicos do país com a agenda ambiental internacional em torno das mudanças climáticas gera preocupação desde o anúncio da sede da COP 28. Ativistas e observadores também têm falado contra a política repressora do país árabe. Então na quarta-feira (16), Al-Jaber afirmou que ativistas ambientais poderão realizar manifestações durante os dias do evento.

Mas apesar da palavra de  Sultan Al-Jaber, advogados do Reino Unido se uniram para pressionar o primeiro-ministro Rishi Sunak a dar garantias concretas sobre o direito à manifestação pública no evento. O grupo teme prisões causa das manifestações.

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