Mais um capitulo da criação da Liga Nacional de Clubes aconteceu nesta sexta-feira (6), em reunião que contou com dirigentes de agremiaçãos da Série A e Série B do Campeonato Brasileiro. No encontro ficou definido que essas equipes não vão assinar o estatuto da “Libra”, nome escolhido para entidade que já conta com a participação de Flamengo, Corinthians, Santos, Palmeiras, São Paulo, Red Bull Bragantino, Ponte Preta e Cruzeiro.

A discussão que está impedindo a assinatura dos demais clubes está nos percentuais de divisão das receitas. Os oito clubes querem 40% do valor de direito de transmissão repartidos de forma igualitária – 30% de acordo com a perfomance na competição – 30% no quesito engajamento e audiência. “Os termos aceitos em São Paulo por outros 6 clubes perpetuam o abismo que existe hoje, ao manterem a parte igualitária das receitas em 40%, enquanto nos campeonatos mais bem sucedidos este percentual pode chegar a 68% somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing, caso da Premier League, por exemplo”, destaca o documento. A reivindicação do grupo que sinaliza pela decisão de não assinar a filiação na Libra é para 50% – 25% e 25%.

Uma carta foi assinada pelos clubes mostrando sua insatisfação. O texto foi compartilhado nas redes sociais as equipes: Athletico Paranaense, Atlético Goianiense, Avaí, Brusque, Ceará, CSA, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Náutico, Operário, Sampaio Corrêa, Sport e Vila Nova.

Carta dos Clubes

A maioria dos clubes de futebol integrantes das séries A e B do Campeonato Brasileiro segue em seu esforço pela criação da Liga de Clubes e, com esse objetivo, se reuniu na tarde desta sexta-feira para discutir os critérios que nortearão, em bases sustentáveis e justas, o equilíbrio de forças no futuro.

Entre os assuntos debatidos, o mais relevante foi a divisão de receitas de forma que contribua de fato para o aprimoramento da competição, tornando menos desiguais as condições de competitividade atuais.

Os termos aceitos em São Paulo por outros 6 clubes perpetuam o abismo que existe hoje, ao manterem a parte igualitária das receitas em 40%, enquanto nos campeonatos mais bem sucedidos este percentual pode chegar a 68% somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing, caso da Premier League, por exemplo.

Não é aceitável que haja clubes ganhando 6 vezes mais do que outros, enquanto nas melhores Ligas do mundo essa diferença não ultrapassa 3,5 vezes.

Outro ponto a ser aprimorado é a adoção de premissas que não privilegiem pilares de difícil aferição, em especial ao que tange a engajamento. Tais critérios, na visão da maioria dos clubes que participaram da reunião, apenas perpetuam a posição de superioridade de alguns sobre outros, não dando a oportunidade de maior equilíbrio dos campeonatos.

A criação da Liga entre os 40 clubes será a oportunidade de se mudar efetivamente o futebol brasileiro e esse objetivo não pode se subordinar a interesses individuais de alguns, petrificados há décadas na superioridade de recursos. Sabemos que não seria justo buscar igualdade total de receitas, mas sim equanimidade e melhor distribuição.

O futebol brasileiro não avançará sem que haja um consenso entre os 40 clubes das séries A e B de que a justa distribuição de receitas gerará maiores oportunidades na disputa.