A frase não é nova: muito ajuda quem não atrapalha. E mais uma vez ficou comprovado isto, neste episódio do decreto de quarentena intermitente, de abrir os estabelecimentos para as atividades não essenciais 14 dias e fechar 14 dias, sugerido pelo governador Ronaldo Caiado e acatado pelo prefeito Iris Rezende, que acabou colocando como não essencial a necessidade de treinamentos para os jogadores profissionais dos clubes goianos que vão disputar o Campeonato Brasileiro.

Sendo assim, pela caneta do prefeito Iris Rezende, por determinação do governador Ronaldo Caiado, Atlético, Goiás e Vila Nova terão de deixar seus centros de treinamentos, onde todo o aparato de segurança para a prevenção da Covid 19 foi instalado, exigindo grande investimento e sair da cidade para treinar, já que não há como condicionar física e nem tecnicamente um jogador, treinando 14 dias e ficando sem treinar 14 dias e depois voltando a treinar 14 dias e assim sucessivamente. Isto arrebentaria com a musculatura do atleta e o tornaria inapto para jogar futebol. Há um planejamento diário de treinamento, elaborado cientificamente.

Caiado e Iris deveriam ter ouvido quem entende do assunto para a canetada. Para voltar aos treinamentos os clubes tiveram que adotar um protocolo rígido, exigido pela CBF, com base em estudos internacionais de controle da pandemia.

Além do investimento nas condições de higienização dos centros de treinamentos, todos os participantes dos treinos são testados a cada 14 dias e se algum tiver o resultado positivo, ele será isolado, evitando inclusive que ele seja um contaminador solto pelas ruas de Goiânia. Os clubes estão fazendo com seus atletas, aquilo que o poder público não está dando conta de fazer com a população, que é o controle rígido pela testagem periódica.

Ao invés de estimular este auxílio que os clubes estão dando, o governador e o prefeito da Capital cortam na raiz. Há muito que estes dois poderes não fazem nada pelo futebol profissional, mas isto nem é motivo para crítica, já que esta não é uma prioridade da política praticada por nenhum dos dois, mas três clubes em questão terão de sair de Goiânia para continuar o trabalho, já que a CBF anunciou que os campeonatos da Série A, onde estão o Atlético e o Goiás, e o da Série B, onde não temos representantes, começam no final de semana dos dias 8 e 9 de agosto.

Os clubes que vão disputar o Campeonato Brasileiro da Série C, onde está o Vila Nova, se reuniram na segunda feira (29) para definir pela pressão sobre a CBF, para que esta divisão também comece no mesmo final de semana. Até lá os times deverão ter seus elencos devidamente preparados física e tecnicamente para praticar o futebol em elevado grau de competitividade.

O menor problema é o do Goiás, que tem o CT Coimbra Bueno, no Setor Buriti Sereno, em Aparecida de Goiânia, e com a transferência do aparato de controle diário da prevenção do CT do Parque Anhanguera pra lá, já resolve a situação.

O Atlético já vinha trabalhando alguns planos e, até o momento do fechamento deste comentário, já havia conseguido com o prefeito de Trindade Jânio Darrot, autorização para treinar na cidade e com a diretoria do Trindade Atlético Clube, o Estádio Abrão Manoel da Costa para realizar seus treinos. O martelo não havia sido batido, porque o clube estudava outras possibilidades.

O Vila Nova está correndo atrás de um local e pode ser em Aparecida de Goiânia, onde existem alguns campos em condições para a qualificação dos atletas e o Goiânia, que não sabe quando começa a divisão que vai disputar, a Série D, mas que programou para esta semana o retorno dos jogadores, não terá problema pois o seu centro de treinamento, a Vila Olímpica, fica no município de Aparecida.

Tanta dificuldade, gasto e transtorno, por falta de sensibilidade do prefeito de Goiânia e do governador do Estado, que deveriam procurar por melhores orientações com quem entende, para evitar toda esta balbúrdia.