Dos três pênaltis reclamados pelo Vila Nova na derrota para o Goiás por 1×0, no domingo dia 7, a checagem das imagens de forma criteriosa mostra que apenas um aconteceu. E como se costuma dizer na linguagem do futebol, foi muito pênalti.

O Vila Nova reclama de um lance de disputa de bola do atacante Pedro Júnior com o zagueiro Heron do Goiás, onde houve agarrões dos dois lados, dentro da área alviverde, com o atacante do Tigrão caindo no gramado. Não houve nenhuma irregularidade no lance – prevaleceu a força do zagueiro, mas sem falta.

No outro lance em que os vilanovenses acusam um pênalti, alegando que uma bola chutada, teria se chocado com a mão do zagueiro Deivid Duarte, as cenas mostram que a bola se chocou na verdade, com o rosto do jogador.

Mas no lance envolvendo o zagueiro Madison com o atacante Alan Mineiro, o pênalti foi muito claro. A bola está a frente dos dois jogadores, com o Alan à frente, com condições plenas para marcar o gol. No exato momento em que o vilanovense acerta o passo, controlando o corpo para bater na bola, o alviverde segura o atacante com as duas mãos, impedindo a evolução dele, para alcançar a bola. Em cima do lance, com o campo de visão pleno, o árbitro Eduardo Tomaz prefere não marcar o pênalti, num erro inadmissível.

Há outra denúncia de um erro também reprovável, por parte do árbitro. Dois jogadores do Vila Nova: Pedro Bambu e Alan Mineiro disseram que quando se dirigiram ao Eduardo Tomaz, ouviram dele expressão de menosprezo aos dois atletas e ao clube que ambos jogam. De acordo com o relato do Alan Mineiro (não ouvi pronunciamento do Pedro Bambu a respeito da acusação), Eduardo Tomaz teria dito: “Jogam no Vila Nova e querem reclamar!”

E, ainda de acordo com as palavras do Alan Mineiro, Eduardo Tomaz também disse a ele: “De história para história eu também tenho a minha e ela é bem mais importante do que a sua no futebol goiano”.

Outro fato inaceitável, agora tendo como protagonista o próprio Alan Mineiro. No momento em que foi cobrar um escanteio, antes de bater na bola, o jogador do Vila Nova estica a bandeira do Goiás, hasteada no mastro que demarca a linha de lado com a do fundo, e cospe no símbolo alviverde, num desrespeito à instituição Goiás Esporte Clube.

Nunca escondi minha opinião sobre o árbitro Eduardo Tomaz, que avalio como despreparado para exercer a função. Antes do jogo, fui pautado pelo coordenador da equipe de esporte do Sistema Sagres de Comunicação, Charlie Pereira, para gravar um comentário sobre o clássico e a arbitragem. Este comentário está postado no nosso site, mas matérias que antecederam a partida e lá afirmei que torceria para que o Eduardo Tomaz fizesse uma arbitragem para calar a minha boca, mudar meu conceito sobre sua competência como árbitro, mas ainda não foi desta vez.

Há um notável corporativismo na Comissão de Arbitragem da Federação Goiana de Futebol (FGF). Com o zelo que lhe é peculiar, Charlie Pereira recordou as imagens exclusivas da Sagres 730, dos lances polêmicos e enviou para o diretor do Departamento de Arbitragem da FGF, coronel Júlio César Mota, para que elas fossem avaliadas por ele.

Na entrevista o coronel nega o que a imagem mostra, no lance do pênalti em cima do Alan Mineiro, considerando a atitude do árbitro como acertada. Não foi. Júlio César Mota ainda avalia como nota 10 a arbitragem de Eduardo Tomaz. Não foi.

O militar ainda afirma que Eduardo Tomaz é um árbitro de carreira longeva e que seu nome não aparece em polêmicas de erros de arbitragem. Aparece e aparece repetidas vezes. Para não gastar muito tempo no assunto vou citar que aquele gol assinalado para o Manaus, no jogo contra o Clube do Remo, em que a bola bate na trave e volta para o meio do campo, foi validado pelo Eduardo Tomaz e a decisão de não permitir a realização do jogo entre Goiás e Iporá, pela primeira rodada do Campeonato Goiano, também foi dele, Eduardo Tomaz. Havia chovido na cidade, mas as cenas do campo mostravam o gramado com umidade que não atrapalharia em nada a realização da partida.

O Goiás (que se apresentou para o jogo sem cinco jogadores titulares) se posicionou contra a realização da partida. O Iporá, mandante do jogo, queria jogar. Depois dos times aquecidos, Eduardo Tomaz chama os dois capitães das equipes, goleiro Tadeu do Goiás e atacante Elias do Iporá, para opinar sobre o tema. Tadeu expôs a posição do Goiás e Elias a do Iporá, mostrando a condição que as cenas do gramado comprovam.

Alegando que não houve consenso, Eduardo Tomaz atende a sugestão do Goiás e decide que o jogo não ocorreria. O consenso seria o capitão do Iporá concordar com o do Goiás.
Vou parar por aqui, como disse para não gastar muitas palavras, mas digitando no YouTube: “erros de arbitragem de Eduardo Tomaz” aparecem outros lá.

O departamento jurídico do Goiás vai processar o Alan Mineiro nas Justiças civil, criminal e desportiva, pela atitude absurda do jogador que certamente será punido, embora tenha reconhecido o erro logo após o jogo, vindo a público pedir desculpas ao Goiás Esporte Clube, sua torcida e diretoria.

O Departamento Jurídico do Vila Nova também prepara uma notificação de infração contra a atitude denunciada por Pedro Bambu e Alan Mineiro contra Eduardo Tomaz. A pergunta é: neste caso também haverá punição?

Enquanto isto cabe outra pergunta: até quando vamos falar de falhas de arbitragem após as partidas, quando o normal seria falar sobre o jogo?