Sagres em OFF
Rubens Salomão

Campanha de Bolsonaro reduz crise institucional e foca em ataques contra Lula

Depois do esforço em busca de aproximação e humanização da imagem do presidente Jair Bolsonaro (PL), a campanha à reeleição passa agora a focar em ataques contra o ex-presidente Lula (PT), com a intenção de, senão causar troca de votos, ao menos aumentar a rejeição ao petista. A decisão foi tomada no início do mês e passou a ser efetivamente executada na propaganda de Rádio e TV nesta semana, além dos discursos neste 7 de setembro, em que Bolsonaro parece ter se esquecido de avançar sobre o STF.

Com discurso em tom eleitoral na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, o presidente acusou adversários de jogar fora das quatro linhas da Constituição e gerou vaias ao dizer que “todos sabem como funciona o STF”, mas se restringiu a isso quando fez referência ao Judiciário, diferente do ocorrido na mesma data em 2021. Bolsonaro exaltou o risco da volta do ex-presidente Lula ao poder e gritou: “Não sou muito bem educado, falo palavrões, mas não sou ladrão”, afirmando que a esquerda deveria ser extirpada da vida pública.

“Compare o Brasil com a Argentina, a Venezuela e a Nicarágua. Eles são amigos do quadrilheiro que disputa a eleição. Esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública, teremos um governo muito melhor com a nossa eleição, com a graça de Deus”, continuou. Em seguida, distorceu os fatos ao falar que seu governo está há três anos e meio sem corrupção, deixando de lado os seguidos sigilos impostos e escândalos, como as suspeitas na compra de vacinas, em obras da Codevasf e no MEC, que levaram à queda do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.

Cartas

No discurso de mais de dez minutos, Bolsonaro também ironizou o recente movimento das cartas pela democracia. “Nosso governo respeita a Carta que é a Constituição. O outro lado que assina cartinha não respeita”, declarou.

Internacional

O presidente ainda disse que o Brasil é referência para o mundo todo e fez propaganda de números da economia brasileira, mas reconheceu o impacto da inflação neste ano.

Por aqui

Manifestantes favoráveis ao presidente participam de atos no Dia da Independência no setor Bueno, em Goiânia. Algumas pessoas seguravam placas que pedem a Bolsonaro que “acione as Forças Armadas em favor do reestabelecimento da ordem”.

Pedidos

Além do apelo que o presidente acione os militares, as placas também exigem a criminalização do comunismo, o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e a implantação de votos auditáveis impressos. Pautas que, dessa vez, estiveram fora dos discursos próprio presidente.

Neutralidade

O governador Ronaldo Caiado (UB) acenou para o eleitorado conservador ao iniciar o 7 de setembro no “Culto pela Pátria”, na Igreja Mundial do Poder de Deus, no Centro de Goiânia. O candidato, no entanto, não fez referência aos elementos políticos da data ou ao processo eleitoral nacional.

Religião

“Não sou o governador Ronaldo Caiado, sou uma pessoa que recebeu uma obrigação de Deus de dar qualidade de vida para as pessoas. É assim que devemos governar”, concluiu o candidato no fim do discurso durante o culto.

Condições

A Câmara Municipal aprovou em definitivo projeto que altera o Código de Posturas de Goiânia e regulamenta a cessão de espaços e construção de locais de descanso destinados para motoristas, motociclistas e ciclistas que atuam como entregadores de serviço delivery na Região Metropolitana de Goiânia. O texto segue para a sanção do prefeito Rogério Cruz (Republicanos).

Sugestão

A proposta altera a legislação para permitir a concessão e criação desses espaços para o trabalhador que precisa de um “ponto de apoio”, com banheiros ou água potável. Os espaços serão instalados em áreas de alta demanda por entregas, nas chamadas “zonas quentes” de Goiânia, que serão regulamentadas via decreto. Projeto do vereador Lucas Kitão (PSD).

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