Cientistas brasileiros e chilenos realizam pesquisas sobre mudanças climáticas na região subantártica do Chile, no extremo Sul das Américas, que é um dos lugares mais intocados do mundo. O Cabo de Hornos é um laboratório natural onde é possível avaliar as causas e consequências das mudanças climáticas globais.

A região é um dos locais mais intocados do mundo, portanto, pouco alterado pela ação humana. Por isso, então, os cientistas brasileiros são da Universidade de São Paulo; Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Os chilenos são da Universidade de Magallanes, do Chile.

Os brasileiros pesquisam a região desde 2000 e já publicaram livros, artigos científicos e fizeram muitos convênios. Mas em 2023 surgiu uma novidade, a criação do Centro Internacional do Cabo Horn para Estudos de Mudança Global e Conservação Biocultural (CHIC, na sigla em inglês).

O centro está localizado no Porto Williams da Ilha Navarino, dentro do arquipélago da Terra do Fogo. O local será uma base estratégica para estudos sobre biodiversidade marinha, climatologia, glaciologia, biologia terrestre, educação e diversos temas relacionados às mudanças climáticas.

Mudanças climáticas num local pouco alterado

Região subantártica chilena (Foto: Pixabay)
Região subantártica chilena (Foto: Pixabay)

O investimento na pesquisa será de mais de R$ 300 milhões em dez anos, sendo assim um dos maiores investimentos nas áreas de ciência e tecnologia em  Cabo de Hornos. A pesquisa envolve mais de 80 cientistas para avaliar ameaças e migração de algas marinhas e microrganismos associados, 

As mudanças climáticas atingem o ecossistema das algas marinhas através do derretimento das geleiras, que leva sedimentos de água doce para as regiões costeiras. Outro efeito é o aumento da temperatura do mar, que diminui os nutrientes importantes para o crescimento das algas.

Então, apesar de pouco tocado, a região subantártica do Chile também sofre com a emissão de gases de efeito estufa. Mesmo geograficamente localizada entre os Andes e a Patagônia argentina, e direcionada ao oceano por vários lados, a região subantártica do Chile tem impactos terrestres das mudanças climáticas.

A região emite metano, um dos gases de efeito estufa, por causa do derretimento das turfeiras, material encontrado em locais pantanosos e em montanhas.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática.

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