A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira deve ouvir esta semana o ex-diretor da empresa Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, e o senador Demóstenes Torres. Cláudio Abreu, que está preso, será o primeiro a ser ouvido. Ele vai depor na terça-feira às 10h e é investigado por supostamente ser o principal operador de Carlinhos Cachoeira.

Já o senador Demóstenes Torres será ouvido pelo conselho de ética na terça e pela CPI na quinta-feira. Ele é acusado de uso do cargo para favorecimento das atividades de Cachoeira.

Os advogados de Cláudio Abreu já conseguiram da ministra Carmem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, o reconhecimento do seu direito de permanecer em silêncio para não se incriminar e de ser acompanhado por seu advogado. Na semana passada, tanto Cachoeira quanto três dos acusados de serem seus assessores se mantiveram em silêncio diante dos questionamentos dos parlamentares.
Contudo, o relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), já disse que a Comissão conta com outros instrumentos de investigação e não depende apenas de depoimentos.

Já o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que representa o senador Demóstenes Torres no processo do Conselho de Ética que o investiga por quebra de decoro parlamentar, afirmou que ele está “preparado” para responder aos questionamentos dos senadores.

As declarações no Conselho de Ética serão as primeiras explicações do senador sobre sua relação com o contraventor Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal em fevereiro, durante a Operação Monte Carlo.

Segundo Kakay, o depoimento de Demóstenes irá começar por um discurso, em que ele pretende apresentar um pouco sobre sua história parlamentar. Após o discurso, que deve durar cerca de 20 minutos, o senador se colocará à disposição para responder às perguntas dos senadores.

Demóstenes falará ao Conselho depois que duas testemunhas de defesa arroladas no processo se negaram a depor. A primeira negativa veio do advogado de Goiás Ruy Cruvinel, que prestaria depoimento na última terça-feira. Ele alegou motivos “pessoais e familiares” para não comparecer. A segunda negativa foi de Carlinhos Cachoeira.

O depoimento de Demóstenes deverá ser último no Conselho de Ética antes da elaboração do relatório final, de autoria do senador Humberto Costa (PT-PE). O parlamentar já afirmou que a previsão de votação do relatório no Conselho é final de junho.