Depois de Argentina, Dinamarca e Alemanha, a Bélgica esteve próxima de se tornar mais uma seleção favorita a estrear na Copa do Mundo de 2022 com tropeço. Terceiros colocados na Rússia, em 2018, os belgas flertaram com o fracasso nesta tarde (23) diante do Canadá, que voltou a disputar um Mundial após 36 anos.

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Logo aos oito minutos, Yannick Carrasco cometeu pênalti para os canadenses após interceptar a bola com a mão. Seria a chance do Canadá marcar o seu primeiro gol em uma Copa do Mundo. Na cobrança, no entanto, Alphonso Davies, o principal jogador da seleção norte-americana, teve chute defendido por Thibaut Courtois.

Não cansado em ser uma das estrelas do título europeu do Real Madrid, quando fez defesas decisivas na final da Liga dos Campeões contra o Liverpool, Courtois também brilhou no Catar. Diante da confusão defensiva do time de Roberto Martínez, acuado pela pressão e o forte ritmo canadense, o goleiro salvou a pele do seu time.

A postura ofensiva do Canadá, inclusive, foi uma das grandes surpresas desta Copa. Não exatamente uma novidade para quem acompanhou a grande eliminatória que fez, mas surpreendente por conta do contexto do jogo, diante de uma forte seleção europeia. A pontaria, entretanto, não ajudou a transformar os ataques em gols.

Além, é claro, de Courtois no gol, que realizou apenas três defesas dentre os 22 chutes que os norte-americanos tiveram em todo o jogo. Sinal da fraqueza defensiva belga, também reflexo do desempenho ruim dos europeus recentemente, eliminados na primeira fase da Liga das Nações e nas quartas de final da Eurocopa.

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Mal ordenada taticamente, a Bélgica também sofreu com o preparo físico ruim de seus jogadores, que sofreram com a forte pressão adversária. Kevin De Bruyne e Eden Hazard, os grandes craques belgas em campo, representaram a postura de uma forma geral da equipe, com más decisões técnicas e muita lentidão.

Sem saída para a marcação alta do Canadá, coube ao zagueiro Toby Alderweireld a usar o seu passe longo para achar Michy Batshuayi na outra área. Apesar da grande responsabilidade de substituir Lukaku, o maior artilheiro da seleção, o atacante do Fenerbahçe não vacilou em uma raras chances que teve, e marcou o gol da vitória.

Outrora considerada a mais promissora geração do futebol de seleções, a Bélgica confiou na experiência de seus jogadores para superar o surpreendente Canadá, que não venceu e nem conseguiu o sonhado primeiro gol mundial, mas mostrou que ainda pode aprontar. Hoje uma geração envelhecida, e com dúvidas sobre o futuro, os belgas deixaram muito a desejar.

Um destaque negativo do jogo ficou para o árbitro Janny Sikazwe, questionado por duas penalidades não assinaladas a favor do Canadá no primeiro tempo. Diante da atuação ruim do zambiano, um grave erro cometido pelo árbitro na Copa Africana de Nações desta temporada foi recordado, quando encerrou um jogo com 85 minutos.