Em entrevista ao Sinal Aberto, da Rádio Sagres 730, nesta manhã de quarta-feira (23), a vereadora reeleita Sabrina Garcêz afirmou que não será oposição automática na Câmara Municipal ao prefeito eleito Maguito Vilela. Sabrina foi reeleita na chapa de Vanderlan Cardoso (PSD), que disputou a prefeitura da Capital com Maguito. Vanderlan chegou a ir para o segundo turno, mas teve 47,40% dos votos.

“Eu conversei com o meu partido, com Vanderlan e com o Simeyzon Silveira. O PSD não faz oposição por ser oposição em nenhuma esfera de poder. Queremos construir e contribuir. Temos várias pautas e um pouco de conhecimento em algumas áreas. Eu estou na política para fazer da política um instrumento de transformação social. Se o prefeito quiser, se estiver disposto ao diálogo para colocar para frente os debates, não existe razão para fazer oposição”, justificou.

Confira a entrevista na íntegra:

Para Sabrina, a relação do novo prefeito com a Casa será construído ao longo do mandato. “Ninguém é oposição por oposição. Isso é burrice. Temos que analisar o que a cidade precisa e como o prefeito está trabalhando. Se tiver de acordo com o que a cidade quer e alinhado com nossas pautas, como o desenvolvimento econômico, não há justificativa pra fazer oposição. Quem perde por fazer oposição só pra ser um ponto contrário é a cidade de Goiânia”, completou a vereadora.

PREVIDÊNCIA

Foi enviado à Câmara Municipal de Goiânia projeto de lei complementar que propõe o aumento das contribuições previdenciárias de servidores municipais ativos, aposentados e pensionistas de 11% para 14%. A vereadora afirmou que deve se posicionar sobre o projeto assim que obtiver mais informações sobre o real déficit apontado pela prefeitura. Ela acredita que a votação em plenário será apertada.  

“Não sei se a votação em plenário será tranquila pelo próprio movimento que ocorreu na CCJ. Tem que ser feito um debate. Acho importante a cidade faze esse debate. (…) O que foi trazido pra nós pelos sindicatos é que faltam alguns documentos para comprovar esse déficit. Já a prefeitura traz um outro panorama que a gente tem que analisar. Se não for aprovado ate o dia 31 a prefeitura não vai ter certidões previdenciárias. E isso pode engessar a prefeitura de Goiânia. O que solicitamos da base do prefeito foi pedir os documentos para embasar o nosso voto”. A votação do projeto deve ocorrer ainda nesta semana.

REAJUSTE AUDITORES E PROCURADORES

Sabrina Garcez também abordou o projeto de lei que trata sobre de lei que reajusta o salário dos Procuradores do Município de Goiânia de R$ 7,7 mil para R$ 15 mil e dos auditores, ao mesmo tempo em que a proposta de aumento salarial dos próprios vereadores foi arquivada. Segundo a vereadora, que afirmou defender a valorização do servidor público, a prefeitura alegou que suporta o impacto de R$ 3 milhões.  

 “O que eu defendo é a valorização do servidor publico, inclusive com o estabelecimento do projeto de cargos e salários e plano de carreira. É uma briga nossa desde o inicio do ano, não só de procuradores e auditores, mas também dos agentes de saúde, que ainda não tem plano de carreira. Esses projetos forma enviados pelo paço em maio. Consultei o paço e falaram que não tinha nenhum problema e que o caixa da prefeitura suporta. Existe uma emenda em cada projeto falando que isso só pode ser efetivado a partir de 2022 se os efeitos dos decretos da pandemia, de contenção de gastos, forem revogados. Se não acontecer, não tem a reorganização da carreira deles”, reforçou Sabrina.

A jornalista Cildeide Alves lembrou que, com a aprovação e sanção do reajuste, terá auditor e procurador recebendo mais do que secretários. Questionada sobre o que faltou para que os vereadores conseguissem ir adiante com o projeto de reajuste dos próprios salários, Sabrina afirmou que existiu pressão popular.

“Não sei se faltou coragem, mas acredito que um debate mais franco com a sociedade. Existe uma distorção no salario dos vereadores. Se a gente faz uma analise de valor inteiro, os vereadores não ganham mal em Goiânia. Mas se comparamos com outras Câmaras legislativas, existe essa distorção. Ocorre que não tivemos tempo de fazer o debate com a sociedade. A gente conseguiria suportar esse aumento a partir de 2022 sem falar em aumento de despesa. Sobre o aumento dos salários dos prefeitos e secretários, a prefeitura deveria fazer essa análise, inclusive vetando ou não o projeto caso ele prosperasse. Cada vereador tem sua motivação. Existe a pressão popular. Nós somos sujeitos a isso. A população demonstrou claramente que não estava disposta a debater sobre esse tema por agora”, explicou a vereadora.

REFORMA ADMINISTRATIVA

Com os trabalhos mais acelerados na Casa, também foi aprovado o projeto de lei que promove uma minirreforma administrativa na Prefeitura de Goiânia. A matéria foi lida na abertura da sessão, aprovada na Comissão de Constituição, Justiça e Redação e em dois turnos de votação em plenário. Serão criadas quatro novas secretarias.

O que chamou a atenção foi a celeridade de aprovação do projeto – pouco mais de 4 horas -, uma vez que a proposta tem 103 páginas e 86 artigos. Sabrina Garcez argumentou que o debate sobre assunto já estava acontecendo antes mesmo da proposta chegar na Casa.

“Isso é uma articulação da base do próximo prefeito e dos vereadores. Houve conversa antes. Houve uma pacificação em torno do tema e nós fizemos o que qualquer câmara deveria fazer que é dar condições para o próximo prefeito assumir a gestão. Precisamos destravar a cidade A reforma administrativa visa dar agilidade ao Poder Executivo. A Câmara está trabalhando em colaboração com o poder executivo. A Câmara não deve ir contra, a não ser que haja alguma ilegalidade, o que não ocorre”, pontuou.