Inovar de forma sustentável. Desse modo, a Robotic Engineers, equipe goiana de robótica do Sesi Campinas, de Goiânia, foi campeã da First Lego League (FLL 2023), maior competição de robótica do mundo. Realizado em Marrakech, no Marrocos, o torneio aconteceu entre os dias 18 e 21 de maio, com 66 equipes de 46 países.

Até conseguir a classificação para o prestigiado torneio no continente africano, a Robotic Engineers, única equipe brasileira no Open Marrocos, ganhou o título regional em Goiás, conquistado em dezembro, assim como ficou em quarto lugar no torneio nacional, no mês de março, em Brasília.

Avaliados em quatro diferentes categorias – desafio do robô, projeto de inovação, design do robô e core values -, os goianos obtiveram boas pontuações em todas as avaliações e levantaram a taça do Champions Awards na grande final. Ademais, também ficaram em terceiro lugar no desafio do robô.

Sob o comando dos técnicos Leandro Hall e Alberto Roquete, o time contou com a participação de oito jovens de 9 a 16 anos. Alissa Alves, João Carlos, João Pedro, João Victor, Hugo Santhiago, Gustavo Herculano, Yvelisse Marques e Benício Reis desenvolveram o projeto por quase um ano.

Projeto sustentável

A cada temporada, a FLL propõe um desafio diferente para os competidores. Neste ano, a missão envolveu energia renovável, e os goianos exploraram a energia solar. Visto que painéis fotovoltaicos perdem eficiência energética ao atingir a temperatura de 50°C, a equipe criou um dispositivo para resfriar e limpar placas solares.

O processo, de acordo com o técnico Leandro Hall, “foi detectado através de pesquisas em revistas científicas e entrevistas em campo com pessoas técnicas. A equipe desenvolveu o Coldness, que é um dispositivo inteligente que detecta quando a temperatura chega aos 50°C e libera água sobre a placa solar”.

“Essa água tem todo um ciclo, então ela resfria a placa”, explicou Leandro, que acrescentou que, “ao mesmo tempo que está resfriando, ela realiza a limpeza – a sujeira também faz a placa perder eficiência energética”. O dispositivo foi colocado em prática na fazenda solar do Grupo Eficiência Solar, um dos patrocinadores da equipe.

Nesse sentido, trata-se de um projeto “que impactará várias famílias e pessoas pela economia de energia, e uma energia limpa, que é a solar”, destacou um dos professores da equipe. Outra parte importante do projeto é o trabalho social desenvolvido, avaliado no core values – do inglês “valores essenciais”.

Em resumo, “é como eles desenvolvem esse projeto: respeito, união, trabalho em equipe e amor ao próximo, os valores da FLL que eles levam para além da escola. Os alunos realizam campanhas de doação para crianças soropositivas do grupo Pela Vidda, além da Casa de Acolhida Cidadã II e oficinas de robótica que ministramos em alguns espaços”.

“Vai muito além do robô”, ressaltou Leandro. Por fim, em entrevista ao Sagres Online, o técnico completou que “a equipe trabalhou quase durante um ano e sagrou-se a campeã do festival de Marrocos, sendo uma equipe bastante amada por todas as outras”.

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Foto: Divulgação/FLL Morocco