O relatório do novo Plano Diretor de Goiânia, aprovado na última quarta-feira (5) pela Comissão Mista da Câmara Municipal, segue causando divergências entre profissionais.

Sobre o tema, a reportagem da Sagres conversou, nesta segunda-feira (10), com a arquiteta e urbanista Janaína Holanda, vice-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU).

Janaína explica que, segundo ela, o texto do novo Plano Diretor está confuso, cheio de pontos que dão margem para diversas interpretações e que vários segmentos da sociedade não foram ouvidos dentro do processo de tomada de decisões e da redação relatório final.

“Se a Câmara e o Paço tivessem aberto o debate à população, exposto todas as emendas que foram acatadas ou suprimidas, nós não teríamos dúvidas acerca deste plano que está sendo aprovado. No mínimo a redação do texto está mal feita. Se isso tivesse sido debatido com a sociedade, todos nós já teríamos uma opinião formada sobre o Plano,” afirma a arquiteta.

Acerca da falta de clareza e transparência do texto, a especialista discorda da maneira de como ele foi apresentado dentro das audiências públicas realizadas pela Câmara Municipal. Segundo ela, faltou por parte da Câmara uma explicação mais detalhada à população.

“A audiência pública deveria ter sido organizada por eixos temáticos e ter desenhos ilustrativos do que cada ponto significa. É obrigação de quem está conduzindo a revisão do Plano Diretor, no caso a Câmara Municipal de Goiânia, fazer a tradução do texto jurídico e estabelecer o diálogo com a população,” disse a vice-presidente.

Pandemia

Ainda segundo Janaína Holanda, outro ponto que preocupa é a falta de pontos no texto que observem o impacto causado pela Covid-19 na sociedade. Ela afirma que os vereadores não se preocuparam em colocar emendas que tratam das questões sociais criadas pela pandemia.

“Precisamos dar suporte para quem está precisando de assistência social neste momento. Como a rede de assistência social será distribuída pela cidade para que possam ser gerados empregos, aumento da renda e a retomada da economia? Infelizmente, essas questões não foram levadas em consideração,” lamenta Janaína.

Aprovado pela Comissão Mista da Câmara Municipal de Goiânia, o texto do novo Plano Diretor já está disponível para a votação em plenário. A tendência é que a votação ocorra somente em fevereiro, após o recesso parlamentar da Casa.

Leia mais:

Confira a entrevista completa ao Sagres Sinal Aberto: