Vestir o macacão. Calçar as luvas e as sapatilhas. Colocar o capacete. Essa é a rotina de qualquer piloto. Mas com a Marina Brandão, de apenas 8 anos, é diferente, afinal vencer corridas também tem sido normal.

“O desempenho está fantástico, porque ela tem sete meses de treinamento, participou de sete corridas e venceu seis. Ficou em segundo uma vez. Então, os resultados dizem por si só”, destaca toda orgulhosa Camila Zocatelli, mãe da Marina, pilota mirim sensação com seu kart pelas pistas do Brasil.

No fim de semana que antecede mais uma etapa da Copa Beto Carrero – disputada em Penha, Santa Catarina, conversamos com Marina e Camila – que sempre acompanha a filha nas provas. Aliás, é de família o talento nas pistas, pois Marina é filha de Hélio Brandão, que foi campeão brasileiro de kart, e neta de Elpídio Brandão, piloto de stock-car nos anos 80.

“Pra nós é a realização de um sonho. O pai foi piloto, nós só temos filhas, foge um pouco da regra, e a Marina veio com a vontade e esse dom”, disse Camila, que também é mãe da Nicole, de 13 anos.

Marina Brandão exibe mais um troféu conquistado

Escola e o kart

Marina, que revelou que deseja ser médica se não for pilota, estuda no Colégio Santo Agostinho, em Goiânia. Está na 3ª série e acordo com Camila, o colégio é bem flexível, afinal são muitas competições.

“Quando é semana de prova, caso ela esteja em competição, o colégio faz as avaliações com ela depois. E se ela estiver em casa, estuda e faz as provas normalmente”, explica Camila.

E como é com os amiguinhos na escola? “Me sinto diferente, porque é muito legal ser a única menina no automobilismo”, disse a Marina, que tem na figura do pai, o seu ídolo como piloto.

Receio e acolhimento

Mesmo sabendo que o esporte a motor oferece riscos, Camila não sente receio de ser “mãe de pilota”. Ver a filha vencendo nas pistas é, ao mesmo tempo, gratificante.

“Não tenho receio. Sei que o esporte é de risco, mas nós fazemos a nossa parte como pais, de dar bons equipamentos de segurança para a Marina, então sou bem tranquila quanto a isso”, diz Camila, mãe da única menina no estado de Goiás, que compete profissionalmente e nacionalmente, justamente em um ambiente que é formado por meninos e homens.

“Ela muito bem acolhida. É tratada com muito carinho. Nem sei se podemos dizer que o ambiente é machista, mas muitos torcem pra ela. Até os pais dos coleguinhas que correm com ela torcem pra ela. De uma forma geral ela é muito bem acolhida por todos”, ressalta Camila.

Após a etapa da Copa Beto Carrero no próximo dia 24, em Penha, Marina tem pela frente Copa do Brasil de Kart, que também será no kartódromo catarinense. Seguem os treinos, as corridas, a escola, o convívio com os amiguinhos… sempre acelerando em busca de mais vitórias.

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