A guinada na gestão do prefeito Rogério Cruz com a reforma administrativa articulada pela liderança nacional do Republicanos (partido da Igreja Universal) e a marca de 10 mil mortos em Goiás pela Covid-19 são os temas desta edição do PodFalar.

A reforma na prefeitura de Goiânia começou com a troca do ex-vereador Andrey Azeredo pelo brasiliense Arthur Bernardes de Miranda na terça-feira (16). O articulador da mudança foi o presidente do Republicanos no Distrito Federal, Wanderley Tavares da Silva, e surpreendeu o MDB pelo momento, em meio ao período mais crítico da crise sanitária.

Wanderley Tavares é ligado ao presidente nacional do Republicanos, o bispo licenciado da Igreja Universal e deputado federal Marcos Pereira (SP). Sua desenvoltura em negociações políticas em nome do prefeito chamou a atenção dos emedebistas com quem ele conversou sobre a mudança no comando das pastas de Comunicação, Cultura, Educação, Administração e a presidência da Comurg. O MDB chegou a discutir o desembarque do Paço, mas decidiu dar um tempo para ver se as mudanças vão alterar os compromissos da campanha de Maguito Vilela.

A pandemia da Covid-19 mostrou sua face mais mortal neste mês de março em todo o Brasil e em Goiás não foi diferente. O Estado ultrapassou a marca de 10 mil mortos nesta quinta-feira (18). A saga do ex-governador Helenês Cândido, que morreu de complicações de covid 19 na quarta-feira, 19, dá a dimensão do colapso do sistema de saúde.

Ex-prefeito de Morrinhos, ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa, além de ex-governador, Helenês estava em Morrinhos, foi transferido para uma semi-UTI em Santa Helena, no Sudoeste goiano, a 216 quilômetros de sua cidade. Como precisava de uma UTI com diálise, foi novamente transferido na tarde de quarta-feira (17) para Caldas Novas, a de 274 quilômetros, mas morreu na ambulância.

Sua morte ocorreu em meio à confirmação pela Secretaria Estadual de Saúde da identificação das variantes P.1 e P.2 (de Manaus) e VOC do Reino Unido em 23 municípios goianos, Goiânia entre eles, o que explica os recordes sucessivos de mortes. Desde 9 de março, a média móvel de óbitos bate recordes diários e ultrapassou os três dígitos. Na primeira onda da doença a maior média diária foi de 60 óbitos. Nesta semana chegou a 113.

Diante disso, o governador Ronaldo Caiado voltou a decretar isolamento social por 14 dias. Seu decreto anterior era de 30 de junho do ano passado. Como é da natureza do governador, o decreto chegou em meio a enfrentamentos com prefeitos.

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