Hábitos como tomar um banho rápido e desligar a torneira ao escovar os dentes são frequentemente ensinados como uma forma de economizar na conta de água. E preservar esse recurso natural também é muito importante, por isso, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Dia Mundial da Água em 22 de março de 1992. No entanto, o doutor em ecologia e conservação e professor do Centro Universitário Internacional (Uninter), Augusto Silveira, analisou que ainda é um desafio diário para as pessoas fazer o uso sustentável da água nas atividades cotidianas.

“Isso é um desafio. Mas o primeiro passo é saber que  a situação que estamos é precária e que a quantidade de água disponível está muito baixa. A população está aumentando e essa água tem que ser suficiente para todo mundo, porque sem água não tem vida. Então o primeiro passo para usar a água de maneira mais sustentável é ter consciência da escassez”, afirmou. 

O segundo passo é entender os múltiplos usos desse recurso natural. O consumo de água já é automático em casa para hidratar, cozinhar e limpar. E por isso não pensamos muito na quantidade de água que vamos usar e como se vai usar essa água. “O próximo passo então é planejar o uso de uma forma consciente. É visualizar a quantidade de água que se está utilizando de acordo com a disponibilidade para consumo humano, que está diminuindo”, disse.

Indispensável

Água
Com risco de escassez de água, parlamentares propõem combate ao desperdício (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

A água possui múltiplos usos. Numa única residência, por exemplo, ela serve para beber, cozinhar, lavar roupa, dar descarga, limpar a casa, tomar banho, escovar os dentes, entre outros. Para Augusto, entender que a água não precisa ter um único uso é o terceiro passo para começar a usá-la de forma sustentável.

“A água não precisa ter um único uso, portanto, a gente consegue fazer o reaproveitamento. O ideal seria que a água que utilizamos para tomar banho ou na água da máquina de lavar fossem usadas na descarga, por exemplo. Essa água também pode ser utilizada para lavar os ambientes externos. Então é possível fazer esse reuso da água”, contou. 

A água é uma substância indispensável para o planeta. A vida humana e animal evoluiu muito desde que se tornou possível retirar a água de um lugar, transportá-la para outro e retê-la. Silveira explicou que a água é um líquido simples, mas de grande complexidade para a manutenção da vida.

“A molécula de água é muito simples, ela tem dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. Então quimicamente é uma molécula bem simples. Se comparar com o plástico, por exemplo, o PVC tem uma cadeia carbônica imensa, com hidrogênio, cloro e uma molécula bem complexa. Porém, mesmo com toda sua simplicidade química, a água tem características que lhe dão uma grande importância para a manutenção da vida, pois ela desempenha funções muito complexas no ambiente”, detalhou.

A terra é azul

Planeta terra
Planeta Terra, continente americano visto do espaço (Foto: Toda matéria/site)

A Terra foi por muito tempo conhecida como planeta água, porque nas primeiras imagens que foram feitas do espaço, viu-se que o planeta é azul. A coloração se deve ao fato de que a crosta terrestre tem cerca de 70% da sua superfície coberta por água. Mas mesmo com toda essa quantidade, menos de 3% da água do mundo é doce e está disponível para o consumo humano e suas atividades. 

Além disso, grande parte da água adequada para consumo está congelada nas regiões polares e são difíceis de ser acessadas. E um percentual menor está nos rios e lagos subterrâneos, locais de maior acesso. Portanto, apesar da grande quantidade, nem toda a água do planeta está disponível para o consumo humano.

“Os números da disponibilidade hídrica variam por conta do ciclo hidrológico. Porque a água que hoje está na forma líquida, pode amanhã estar na forma de vapor, e depois na forma de precipitação de neve ou chuva. Então, é por isso que esses números são bastante variáveis. Mas sabemos que uma porcentagem muito pequena dessa água toda está disponível para a nossa utilização”, ressaltou Silveira.

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Essencial

Pessoas
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Augusto Silveira afirmou que não existe nenhuma forma de vida conhecida no planeta que não dependa da água pelo menos em um dos seus ciclos de vida, sendo essencial  para o seu desenvolvimento. O professor afirmou que a água participa de processos importantes no metabolismo do ser humano, como a digestão, a produção de enzimas e substâncias que possibilitam atividades como andar e enxergar.

“A forma como a água existe na natureza faz com que ela tenha todo esse papel importante. A molécula da água tem uma geometria e um comportamento que é diferente de praticamente todas as substâncias que a gente conhece no planeta. Então isso faz com que ela tenha sua característica única, pois não existe outra substância que seja tão importante e que participe de tantos processos da vida no planeta como a água”, disse.

A água é extremamente importante, desde a natureza do corpo humano aos produtos que desenvolvemos e se tornam essenciais, em alguma medida, para as atividades do dia. Mas como já sabemos, não temos a total disponibilidade desse recurso necessário para a nossa subsistência.

Disponibilidade

Frente da geleira Thwaites está derretendo (Foto: Rob Larter)

Segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), aproximadamente 97,5% da água no mundo é salgada, não sendo adequada ao consumo direto e nem à irrigação da plantação. E cerca de 2,5% dessa água é doce. Porém, 69% dessa água doce está concentrada nas geleiras, 30% são águas subterrâneas e apenas 1% estão nos rios. 

“A grande parte de água salgada está nos mares e oceanos. Já existem algumas tecnologias de dessalinização da água em países que têm grandes dificuldades de acesso a esse recurso, mas o que acontece é que a dessalinização é um processo extremamente caro e difícil de ser realizado”, destacou Silveira.

A população do planeta está crescendo rapidamente. Segundo o site de estatística Worldometer, o mundo atingiu a marca de oito bilhões de habitantes em novembro de 2022. Por isso, a disponibilidade de água para todos se torna cada vez mais uma preocupação. A água é um direito fundamental e precisa chegar diariamente para todas as pessoas e para todos os usos no dia a dia. 

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Água potável

Como qualquer produto, a água também precisa passar por um controle de qualidade que aponta quando está própria para consumo. Esse controle de qualidade da água é o que chamamos de água potável.“A água potável atende alguns parâmetros do Ministério da Saúde para verificar a presença de outras substâncias que estão associadas a ela. Há uma portaria que diz que a água pode ter tanto de tal composto, de concentração de bactérias e que não pode ter patógenos. Então ela não pode ter contaminações”, explicou Silveira. 

Algumas denominações da Política Nacional de Recursos Hídricos apontam que a água é um bem de domínio público, um recurso natural limitado e dotado de valor econômico. Além disso,  o documento destaca que em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais. No mais, a lei prevê que a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas.

Água potável (Foto: Bio-Manguinhos/Fiocruz)

É de acordo com essa lei que há a captação e a distribuição dos recursos hídricos no Brasil. O especialista afirmou que quando uma cidade precisa de abastecimento público, essa água passa por uma análise físico-química para se conhecer suas características e saber se ela pode ser ou não utilizada no abastecimento público. Ou seja, conhecer o seu nível de potabilidade.

A classificação dos corpos de água do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece quando uma água é doce ou salgada. Assim, ela é doce quando a salinidade é igual ou inferior a 0,5 %; E é considerada salobra quando a salinidade é superior a 0,5 % e inferior a 30 %. É por causa dessa classificação, que o Ministério da Saúde define o padrão de potabilidade da água para o consumo humano.

Tratamento da água

Tratamento de água (Foto: Saneago)

É comum em pequenas cidades e zonas rurais que a origem da água seja dos poços artesianos. Apesar de ser uma importante fonte hídrica, não há garantia de que a água deste aquífero natural seja potável. Portanto, não seria uma água adequada para consumo humano imediato.

“Muitas vezes na natureza a gente não encontra água potável. Ou seja, as fontes de captação, que são os rios, reservatórios superficiais, águas subterrâneas, elas não estão adequadas para consumo. Então primeiro é preciso captar, analisar e verificar quais são as condições dessa água. E depois observar a matéria orgânica, a quantidade de coliformes e a quantidade de patógenos. E a partir dessa análise preliminar é feito o tratamento dessa água”, explicou.

Tratar água é uma realidade em todos os lugares do mundo. No Brasil isso acontece nas Estações de Tratamento de Água (ETA) antes de  serem distribuídas para a população. As grandes cidades brasileiras já possuem uma rede pública de abastecimento, que são canais de captação de rios e córregos para as residências. 

“É importante consumir água potável porque assim a gente sabe que houve um tratamento que tornou essa água segura para o consumo. Isso vai diminuir a chance de doenças, de contato com substâncias tóxicas que possam ter nessa água. Então, tornar a água potável hoje exige um tratamento nas Estações de Tratamento de Água”, pontuou Silveira.

Desperdício

Augusto Silveira é doutor em Ecologia e Conservação e estuda a água desde 2006 (Foto: Arquivo pessoal)

Nem todas as pessoas possuem acesso à água potável no Brasil. E esse problema se reflete no mundo todo. É por isso que a principal meta do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6, da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, é assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e do saneamento para todos.

O professor Augusto Silveira destacou que um dos problemas de acesso deste recurso no Brasil está na perda que ocorre durante a distribuição. “O sistema de saneamento brasileiro tem um alto índice de perdas de água porque os materiais são antigos e desgastados, e a água se perde no trajeto. Em alguns estados, o índice de perda pode chegar a 70%. Isso significa que a cada 100 litros de água que a companhia de tratamento precisa investir e gastar dinheiro para tratar, apenas 30 litros estão chegando nas casas dos moradores”, informou.

Para o especialista, o problema da perda na distribuição tem solução, mas se esbarra na questão política do país. Pois seria necessário construir uma estrutura adequada e segura para o transporte da água. Mas ele ressaltou que a falta de infraestrutura provoca o desperdício de água potável que foi tratada nas estações.

“Se  a gente traduzir 100 litros de água perdidos para uma população de uma cidade como São Paulo, a quantidade de água tratada que é jogada fora todos os dias é muito grande. E isso é água tratada no sistema de tratamento. Mas que no momento da distribuição, por causa dos sistemas que estão defasados, se perdeu e a água não chegou completamente a casa das pessoas. Então é preciso tratar um volume muito maior de água”, contou.

Racionamento

Muitas cidades brasileiras já convivem com o racionamento de água. A prática acontece quando a demanda do abastecimento é maior que a quantidade reservada, geralmente em períodos de estiagem. Augusto Silveira afirmou que o racionamento é fruto de fatores como a questão climática e sua sazonalidade anual. Mas frisou que o racionamento reflete principalmente a falta de planejamento no uso da água pelos municípios. 

“Os sistemas de monitoramento hídrico das cidades tem um histórico para entender que em alguns momentos do ano haverá uma estiagem. Ou seja, chove menos, a umidade do ar cai, e naturalmente o ambiente já se comporta desta forma. Então, tendo esses dados, seria fundamental haver o planejamento do uso desses recursos hídricos e entender que no momento que se tem uma grande disponibilidade, é que é preciso fazer uma reserva para aqueles momentos da estiagem”, explicou.

Esse sistema já existe. São os reservatórios que abastecem as cidades em todo o país. No entanto, Silveira destacou que não é no momento da seca que se deve tomar alguma atitude em relação a água, mas no momento que existe um grande disponibilidade”. Para isso, o especialista entende que é preciso que haja mais investimentos e interesse político em obras de saneamento.

“Para que a água esteja disponível o ano todo para a população é preciso de investimento na área do saneamento. Ele é muito importante para a água no tratamento do esgoto, na gestão de resíduos e na drenagem urbana. Então é preciso de um investimento na infraestrutura do saneamento, mas normalmente não é um interesse político”, disse.

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Lago da Barragem do João Leite (Foto: Samuel Straioto)

Interesse político

O especialista acredita que o interesse político está ligado a obras que darão ao futuro candidato visibilidade e notoriedade pública, como asfaltar estradas e construir praças. Silveira pontuou que são obras importantes para a população, porque evita várias doenças respiratórias. Mas ressaltou a necessidade das obras de saneamento para que todos tenham acesso a água tratada, segura e de qualidade. 

“A infraestrutura de saneamento são obras muito caras e envolvem muito tempo. Mas o ideal seria a gente ter estruturas de reservação que conseguissem armazenar essa água para períodos de escassez. Infelizmente a questão política está associada diretamente com obras de saneamento e voto. Por isso, quando chega o racionamento, a estratégia política dos governos normalmente é reclamar com São Pedro que não mandou a chuva. E não é uma questão de São Pedro, é que faltou planejamento”, disse.

Segurança hídrica

A água é um recurso natural e renovável do planeta. Esse fato faz com que Silveira acredite na possibilidade da humanidade viver com segurança hídrica. O especialista afirmou que o ciclo da água garante essa segurança, mas ressaltou que é nosso papel evitar o desperdício e a contaminação das fontes do recurso é fundamental.

“O desperdício diário é muito preocupante e é preciso repensar essa questão. Mas nós também temos que diminuir a contaminação e pensar na conservação desses recursos hídricos. Muitas vezes esquecemos que não é só a espécie humana que precisa da água, mas todas as outras espécies que a coabitam este planeta também precisam da água para a existência”,destacou.

Augusto avaliou que muita coisa já está sendo feita com diversas ações de educação ambiental. “Existem sementes que estão sendo plantadas e que com certeza devem germinar nos próximos anos para a gente conseguir um uso mais sustentável da água”, disse.  Mas o professor pontuou que é preciso que cada pessoa repense o próprio consumo diariamente. 

“É preciso pensar em reduzir o uso da descarga, tomar aquele banho de sete minutos, que é o ideal, sempre que possível. A gente não consegue estar 100% em dieta, por exemplo, mas sabemos que existe uma alimentação saudável para seguir e tentamos nos aproximar ao máximo daquela meta e ter uma vida saudável. A questão do uso da água é a mesma coisa. Não é porque a gente não consegue ser o mais sustentável possível que  não iremos fazer nada”.  

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Novos hábitos

Uma estimativa da Organização Mundial da Saúde aponta que aproximadamente 12% de toda a água doce do planeta está no Brasil. Porém, Silveira alertou que a situação do país não é confortável por causa do alto índice de contaminação das fontes dos recursos hídricos.

“É preciso entender que a água está ficando indisponível. Nós sabemos que é um recurso natural renovável pelo ciclo hidrológico, só que com todos os processos de contaminação e degradação que fazemos, ela pode se tornar um recurso não renovável. Porque a água que está disponível está contaminada”, contou. 

Não é possível consumir água com substâncias diversas associadas a ela, pois seria fonte de doenças diversas. Silveira pontuou que para ter acesso seguro à água e de forma contínua todos precisam contribuir para a conservação e preservação do recurso. Além disso, o professor ressaltou a importância das atitudes diárias em relação ao uso da água.

“Fazer um uso sustentável da água começa por mudar hábitos da rotina de casa e isso é muito difícil. Por exemplo, não é de repente que um banho de 40 minutos passa a ser de cinco minutos. Mas é um processo que as pessoas precisam começar. E eu acredito que a primeira ação que a gente precisa ter para começar um uso sustentável da água é fazer alguma coisa”, disse.

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Múltiplos usos

Hidrelétrica Cemig
A água também é usada para gerar energia no Brasil (Foto: Cemig)

Há vários usos para a água. Somente no consumo em residências, ela é usada para beber, dar descarga, lavar as roupas, regar plantas, higiene pessoal e limpeza de forma geral. Augusto ainda lembrou que a água também é usada em muitos processos de batismo, pois ela tem o significado de lavar todas essas impurezas. 

“E na natureza ela também tem esse papel. Quando a poluição do ar está muito forte nas cidades grandes, o tempo está mais cinza pela poluição, basta vir uma chuva que logo a qualidade do ar melhora, porque a chuva lava mesmo. Teoricamente ela se combina com esses compostos que estão na atmosfera e isso vai ser lavado pela água”, disse. 

Outro uso da água, segundo o professor, está na passagem de um ambiente. “A água é a alma das paisagens porque traz vida, harmonia e uma visão contemplativa. É por isso que ao ver uma paisagem com água isso nos traz calma e tranquilidade”, disse. 

Além dos usos diversos no cotidiano e em momentos como o batismo, Augusto destacou que a água também está presente em todos os produtos que consumimos, seja na composição ou na lavagem dos equipamentos, na indústria em geral e na agricultura. Assim, ele ressaltou a importância de diversificar os usos de uma mesma água, quando possível.

 “A água potável que é tratada e chega a casa das pessoas é usada para todas as finalidades na maioria das casas. Então a água que a gente bebe é também usada para dar descarga e lavar a calçada, e isso é um problema”, afirmou.

Reaproveitamento

Chuva em Goiânia
Foto: Johann Germano/Sagres Online

Os múltiplos usos da água nos permite reusar uma água que já foi utilizada. Exemplos disso é que não é necessário que a mesma água potável que bebemos seja utilizada na descarga e a água da máquina de lavar pode ser usada para a limpeza de ambientes externos. Além disso, já há diversas formas de captar e armazenar a água da chuva. 

No entanto, o professor destacou que nenhuma das duas opções são potáveis e, por isso, não devem ser utilizadas para finalidades nobres. “A água da chuva não é potável e deve ser utilizada para consumos menos nobres. Não podemos utilizá-la para cozinhar, lavar as mãos, escovar os dentes e tomar banho, por exemplo. Mas é uma água que conseguimos utilizar para a lavagem de um ambiente externo, regar as plantas de casa e dar descarga. Isso é o que chamamos de uso menos nobres”, disse.

A água da chuva faz parte do ciclo hidrológico da água. Por causa das emissões de gases na atmosfera, essa água precipita com diversos contaminantes associados a ela. 

 “A atmosfera está cheia de poluentes de veículos passando a todo momento. Então a água é contaminada e é preciso usá-la com cautela dentro de casa, mas é possível utilizá-la para finalidades menos nobres. Ela pode causar a corrosão da pintura do veículo e deve ser utilizada com cautela também. Mas para a calçada e plantas é um uso possível, porque essa água já cairia naturalmente ali”, contou.

Conscientização

O professor Augusto Silveira acredita que a melhor ação em relação à questão da água é a conscientização das pessoas em relação ao problema da escassez e ao direito ao acesso. Para isso, o especialista citou dois caminhos possíveis para o futuro: a educação ambiental e a educação política das pessoas em relação ao tema. 

“As pessoas precisam entender que a água é um direito fundamental e que se não está chegando água na torneira, tem que cobrar das pessoas que foram eleitas para representar o povo. Então falta um pouco de conscientização, de educação ambiental. Mas as pessoas também precisam entender um pouco mais dos seus direitos e darem maior atenção para o que de fato é necessário”, disse.

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