Repirar, meditar, convalecer, relaxar, aliviar, conhecer o corpo, transcender. Estes são alguns dos verbos que passaram a fazer parte do dia a dia dos professores de yoga Breno Queiroz e Beatriz Costa. Arquiteto por formação, Breno conheceu a terapia após uma experiência traumática pela qual passou em 2016.

Assista à reportagem a seguir

“Um acidente muito grave, um assalto muito violento que sofri. Esse trauma, que foi muito profundo em que entrei em estado de EQM, ou seja, estado de quase morte, desce para o corpo. Então não é no corpo que vão habitar as moradas de muitas das nossas dores, nossas questões e limitações”, relata. “Foi como se eu tivesse morrido e renasci, já em outra profissão e, claro, as adaptações, os processos com o passar dos anos, as crenças limitantes, porque afinal de contas arquitetura é uma profissão de status. Mas o que é o status? Claro que a gente sempre traz a nossa essência. Então aquela força impetuosa do Breno arquiteto continua”, complementa.

O professor de yoga Breno Queiroz (Foto: Sagres TV)

Técnica milenar originária da Índia, o yoga envolve o bem-estar em todos os níveis: mental, físico, emocional e espiritual. 

Nesse sentido, o professor conta que, até aquele momento de crise há sete anos, era impensável o envolvimento com o yoga. Meses depois, entretanto, a filosofia passaria a ser uma nova forma de empreender.

“Eu conheci a filosofia do yoga através de uma escola, na qual sou formado Yoganaya School, e comecei a entender que fui convalecendo aos poucos. Aquilo, para mim, era quase inacreditável, porque [à época] eu falei ‘como assim, parece que estou sentindo uma melhora’. E, a partir daí, as comprovações foram vindo. Através dos anos eu decidi me formar e transmutar de carreira”, relembra.

Sobrecarga

Situação semelhante, porém, ocorreu com a também professora de yoga Beatriz Costa. Social media e designer gráfica, ela conta que situações como ansiedade, estresse e sobrecarga em razão do trabalho resultaram no retorno à terapia.

“Virava noites, ficava ansiosa, era muita demanda. Eu fui morar fora um tempo, nos Estados Unidos, e lá, também nessa vida agitada eu morei ao lado de um ‘shala’, como a gente chama a escola de yoga, e eu comecei a praticar. Foi bom para mim, foi a minha cura de respirar, de meditar, de mexer o meu corpo, ou seja, acima de tudo o corpo também é uma cura, e foi assim meu primeiro contato com a filosofia do yoga”, afirma Beatriz.

A professora Beatriz Costa (Foto: Sagres TV)

Com formação pelo IEPY, que segue a tradição indiana do Instituto Kaivalyadhama, Beatriz Costa diz que praticava yoga ainda na infância, aos 10 anos de idade. “Comecei pelo Hatha Yoga, com o qual eu trabalho atualmente; pratiquei Ashtanga também, e essa filosofia está comigo desde criança. Sou apaixonada no que faço, acredito espiritualmente, mentalmente e fisicamente nessa filosofia, nessa atividade para nossas vidas”, relata a professora. “Existe o yoga kids, yoga para adolescentes, para mulheres o hormonal voltado para esse sistema, yoga mista”, complementa.

“É uma filosofia de vida e que a gente trabalha nesses aspecto onde o tapetinho é essa morada, esse lugar onde você traz os reflexos e as transformações, as mudanças ocorrem e você leva posteriormente para sua história de vida”, afirma Breno.

Aulas gratuitas

Além disso, Breno Queiroz e Beatriz Costa têm como objetivo expandir a prática do yoga em Goiânia. O Maha Karma Yoga Goiânia é um dos projetos conduzidos pelo professor na capital, com aulas gratuitas em grupo, todo segundo domingo do mês no Parque Flamboyant.

“O sistema de recorrer à respiração do corpo é trazer a resposta de relaxamento, atuar no modo parassimpático. Nele, nós temos os campos energéticos que são os nossos chakras. Desde o plano em que vivemos, o base, alinhado ao nosso chakra base; no assoalho pélvico; na região umbilical onde entram as notas mantrais, dos mantras que podem ser tocados nas aulas; na região estomacal, no nosso plexo solar as nossas ações; no anahata chakra, dos medos que a vida vai nos proporcionando”, esclarece.

Uma das posturas trabalhadas nas aulas, contudo, é a balasana. “Bala” significa criança e “Asana” postura. “É uma postura em que você reverencia o seu estado infantil. A gente fazia ela para formar os nossos ossos do quadril, quando bebês, e esse ponto do quadril fica mais alto nessa postura e ele recorre em nosso sistema vertebral emitindo para nossa mente, passando pelo nosso coração esses dizeres da alegria, da espontaneidade, da leveza, além do desacelerar da mente”, explica Breno.

Breno e Beatriz praticam yoga em grupo em parques de Goiânia (Foto: Sagres TV)

Saúde mental e contato com a natureza

As aulas de yoga também acontecem no Bosque dos Buritis, no Setor Central, às terças e quintas-feiras. Beatriz Costa ressalta a importância do yoga para uma boa saúde mental. “A gente sabe que uma mente equilibrada também beneficia para que o nosso corpo também possa ficar equilibrado. A nossa mente, porém, tem um poder maior em nossa rotina, então a gente quer equilibrar a nossa mente com o corpo. Eu acredito no yoga nesse sentido, porque ele transforma os nossos hábitos, a nossa vida, o nosso cotidiano”, pontua.

Para o professor Breno Queiroz, respirar o ar puro privilegia a prática do yoga. “Com todo respeito ao yoga dos estúdios, mas em conexão com a natureza traz esse feito bem potencializado”, afirma.

“Eu faço o convite para, desde pequenos, a gente começar a entrar nessa filosofia, a praticar, mexer com nosso corpo, trabalhar a nossa mente, aprender a respirar, que é muito importante e o yoga traz tudo isso para nós”, conclui Beatriz Costa.

Meditação (Foto: Sagres TV)

*Este conteúdo está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) ODS 03 – Saúde e Bem Estar

Leia mais