Foto: Reprodução/TV Sagres

Neste sábado, 27 de abril, o Vila Nova inicia a caminhada no Campeonato Brasileiro Série B 2019, a partir das 21h, no estádio Olímpico, contra o Paraná Clube. O Tigrão busca o tão sonhado acesso à elite nacional, fato que já bateu na trave em algumas oportunidades.

Em 1997 e 1999, os colorados terminaram na quarta posição (só dois clubes subiam). Em 2008, 2017 e 2018, o Vila integrou o G-4 em muitos momentos do torneio, mas, na reta final, acabou perdendo fôlego e viu o acesso ficar no quase.

Um dos grandes dirigentes da história colorada, Wilson Balzacchi de Brito Júnior concedeu entrevista especial à Rádio Sagres 730, remorando as campanhas anteriores e trazendo detalhes, além de avaliar erros e acertos, que podem servir de aprendizado para que o objetivo seja cumprido na atual temporada.

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Confira os principais momentos da entrevista com o dirigente colorado, que já presidente executivo, presidente do Conselho Deliberativo, diretor de futebol e é, desde 2018, o diretor administrativo:

1997 – Festa fora de campo, desconcentação e erro na troca do comando técnico
Balzacchi era presidente do Conselho e responsável pelo futebol do clube

“Tínhamos uma base que vinha desde 1995, quando fomos campeões goianos, e de 1996, quando conquistamos a Série C. Existia uma continuidade administrativa, que sempre que isso ocorre, as coisas funcionam e vão bem. Foi uma campanha excelente, mas só subiam dois. Nosso time era bom, tinha uma sequência, mas tínhamos algumas carências e não conseguimos suprir durante o campeonato, o que acabou pesando. Não eramos melhores que a Ponte Preta e o América/MG. Tínhamos uma boa condição financeira, em função da venda do Roni no início do ano, e fizemos grandes investimentos, como o Júlio César Imperador, por exemplo”.

“Perdemos a chance de subir, praticamente, perdendo aquele jogo de manhã para o América/MG, por 2 x 0, no Serra Dourada com 40 mil pessoas. Aquilo foi uma grande festa, com imprensa, especialmente o Kajuru, o governador Maguito Vilela sendo muito importantes. A festa fora do campo pode ajudar, mas não significa um bom resultado dentro de campo. Acredito que acabamos perdendo um pouco da concentração naquele jogo, nos concentrando muito na festa”.

“Outro dos erros foi a saída do Mauro (Fernandes, treinador), durante o penúltimo quadrangular, após uma derrota para a Tuna Luso, em Belém. Olhando para trás, vejo que nos precipitamos e a diretoria errou sim. Não consigo me recordar sobre a relação do Paulo (Gonçalves, que assumiu o comando técnico), mas o resultado foi que o time piorou, em resultados e concentração”.

1999 – Grande esquadrão e derrotas doídas nos clássicos
Balzacchi era diretor de futebol colorado

“Foi um dos melhores times do Vila Nova que já vi, nos meus 55 anos. Era muito bom mesmo, excelente. Era uma sequência, com poucas mudanças de 98 para 99, como a saída do Harlei para o Goiás, e a chegada do Cássio (goleiro). Chegaram poucas peças e se encaixaram bem. Terminamos a primeira fase, que era turno único, em quarto lugar e, em seguida, eliminamos o América/MG, que novamente estava no nosso caminho.

Considerava nosso como um dos grandes times, tecnicamente falando, do campeonato. Iniciamos o quadranguar vencendo o Bahia e depois fomos enfrentar o Goiás, onde considero que cometemos o primeiro erro. Nos dois jogos fomos para cima, de peito aberto, massacrando e o Goiás, em bolas vazias, fez os gols e venceu ambas as partidas por 1 x 0. É claro que é fácil olhar para trás e dizer agora, mas poderíamos ter sido um pouco mais precavidos, porque, afinal, dois empates contra o Goiás nos teriam dado o acesso, no fim das contas. Na terceira partida, perdemos para o Santa Cruz, em um jogo que fomos prejudicados pela arbitragem, e depois vencemos eles em Goiânia, no início do returno, chegando aos 6 pontos e voltando ao páreo. Depois, perdemos para o Goiás e ficamos em situação complicada, porque dependíamos do rival e eles não tiveram interesse em vencer.

Começamos vencendo o Bahia (na última rodada), em Salvador, mas nossos jogadores, ao saberem das notícias de Goiânia, da falta de interesse do Goiás, acabaram desanimando e sofremos a virada, terminando em quarto lugar. Acredito que houve um erro de estratégia durante o quadrangular, infelizmente”.

2008 – Lesão de Wando, Candidatura de Túlio Maravilha e perda de comando
Afastado de Goiânia, Wilson Balzacchi foi apenas torcedor (e seguiu conselheiro) naquele ano.

“Acho que três coisas foram fundamentais para a coisa degringolar. Primeiro foi a lesão do Wando, que, da forma que estava jogando, faria diferença em qualquer time de Série B ou Série A, e não tínhamos peça de reposição. Segundo foi que, não poderia ter acontecido, a candidatura do Túlio como vereador. De longe, tinha a sensação que o Givanildo perdeu o comando. Precisava ter trocado o treinador faltando umas 8 rodadas, acredito, para dar aquele tiro curto, aquele sprint final”.

2017 e 2018 – Solidez defensiva e Tigre “banguela” no ataque
Balzacchi foi presidente do Conselho Deliberativo em 17 e diretor administrativo em 18

“Fizemos campanhas bem semelhantes nos dois anos. Em 2017, frequentamos o G-4 por um bom tempo e no ano passado nem tanto. As característifcas eram as mesmas, porque foram montados pelo Felipe Albuquerque e pelo Hemerson Maria, era um time reativo, que não propunha jogo. Aquilo deu certo até um certo ponto, mas não funcionou na reta final. Entendo que o Hemerson é um grande treinador, mas tenho que dar para ele dois ou três atacantes de Série A, porque vai ter poucas oportunidades e, nisso, precisa de caras que decidem. Tínhamos a melhor defesa do campeonato, mas não tínhamos dentes, estavamos banguela, por conta da falta de atacantes de excelência. Faltou qualidade ofensiva mesmo”.